Cada privatização é a confirmação da incompetência de um Governo
C ada vez que o Governo Regional decide privatizar algo, no caso, trilhos e levadas, não está a ser eficiente, não está a governar nem precisa de quadros, está a assinar, com pompa e circunstância, mais uma certidão de incompetência. É o reconhecimento público de que não sabe (ou não quer) cuidar do que é de todos. Em vez de preservar, entregar. Em vez de gerir, ceder. Em vez de proteger o património natural da Madeira, vendê-lo às fatias, como se fosse bolo de mel no Natal ou talhões das imobiliárias. Em abono da verdade, também a desresponsabilização, porque se algo de errado acontecer com o excesso de gente nesses trilhos e levadas, a culpa é do privado.
Elegemos gente para o tacho e o vencimento, nada mais. Qualquer incompetente se acha agora capaz. neste formato.
As levadas, símbolos vivos da nossa identidade, serão de futuro um produto "engarrafado", tarifado e transformado em circuito VIP com porteiro à entrada. Tudo isto porque o Governo prefere fazer outsourcing da responsabilidade pública, como quem passa um problema para o vizinho e ainda cobra bilhete. Atenção que é o que se está a passar na Saúde! Já não há consultas e as listas de espera são de meses para certas especialidades no Privado.
Dizem que é para "melhorar a experiência do turista". Mas que turista é esse que vem à Madeira para pagar "portagem" num trilho ou para andar a pedir licença para ver a Laurissilva? Privatizar é fácil — governar é que é difícil. E este Governo, pelos vistos, escolheu sempre a via mais curta… desde que seja paga. O madeirense não diz nada. Permite. Já haver um tempo com tudo privatizado que vai ser insuportável, o madeirense vai "escocear" e vai merecer umas "relampadas", é um babado que permite tudo.
Cada concessão destas é mais do que um negócio ruinoso, um atestado de incompetência colado à testa do Governo Regional. Quando um governo chega ao ponto de privatizar património natural, aquilo que pertence a todos por direito e geografia, é porque já não governa, apenas gere o desmantelamento do que resta.
As levadas e trilhos não foram escavadas por especuladores nem abertas com fundos off-shore. São caminhos de água e de gente, obra de séculos, agora empacotadas para meia dúzia de investidores poderem pôr cancelas e bilheteiras onde antes havia liberdade e paisagem. Chama-se “concessão”, mas cheira a rendição. INCOMPETÊNCIA.
E o mais trágico? Tentam vender isto como progresso. Como se entregar o património ao setor privado fosse modernidade, quando é apenas preguiça de governar com visão e coragem. INCOMPETÊNCIA. É a política da desistência disfarçada de gestão EM BENEFÍCIO DOS AMIGOS. Os precedentes da insustentabilidade.
Privatizar trilhos é perder a noção do que é ser madeirense. É confundir floresta com faturação. É transformar o direito de caminhar no que é nosso num privilégio pago a alguém que ganhou um concurso feito à medida. E no meio disto tudo, o secretário vai sorrindo em conferências, falando de “experiência do visitante” enquanto entrega mais um pedaço da ilha com propaganda a metro no Diário de Notícias.
Um governo que privatiza a natureza é um governo que renunciou à sua função mais básica: proteger o que é de todos. Com Eduardo Jesus ao leme, o Turismo tornou-se um franchising descarado e nós, os donos da casa, passámos a ser meros figurantes no folheto.
E não se demitiu, pequenino, malcriado e INCOMPETENTE, que poderia ele fazer depois da política?
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