O JPP esteve a rondar a "praia"


A 23 de março de 2025 ocorriam as Eleições Regionais na Madeira, pelo concelho do Funchal o PSD-Madeira ganhava com 24.158 votos contra os 11.624 do JPP. Ontem, nas Autárquicas do Funchal, o PSD-Madeira ganhou com 21.779 votos contra 10.043 do JPP. Ambos desceram a votação, é o efeito maior das Regionais que sustentam tanta clientela ou abstiveram-se?

Conclui-se que o efeito Manuel António Correia, dos seus seguidores desavindos, só refletiu a desilusão nas Autárquicas? É que ambos os partidos perderam votos. É que muitos pensaram que os votos tinham caído para o JPP, mas agora não há votos para ninguém? Não me digam que votam Chega... É que rindo e brincado o Chega aumentou de 3.372 votos nas Regionais para 7.787 nas Autárquicas, e falo sempre no Funchal

Parece conclusão tonta, interpretem como desejarem, tantos votos para o PS é que não foram com 9.071 votos nas Regionais e 6.732 nas Autárquicas. Houve abstenção ou transitaram os votos para o Chega.

O Chega com o know how eleitoral do PSD parece o JPP a delapidar o PS, mas atenção que tomados como partidos de protesto, o Chega com dose maior, de gente fortemente polarizada acabará por ganhar um eleitorado madeirense cada vez mais esquecido por Albuquerque que por sua vez vai apostando em estrangeiros que começam a votar. A outra lição é que a Madeira também nos votos vai deixando de ser só madeirense. 

Por outro lado, a ideia que fica é que o conservadorismo do que já foi ganho é como um pássaro na mão, e falo da Élia Ascensão em Santa Cruz, todos vimos a força do grupo parlamentar do JPP aplicado no Funchal, não os vimos em Santa Cruz, a não ser pelos "irmãos verdes". Cada eleição é uma eleição e comentar depois das eleições é cómodo, mas há lições a retirar. Santa Cruz ficou pela diferença de um vereador (4-3), num instante percebia-se que o JPP tinha a sua primeira má noite eleitoral ao morrer na praia nas suas maiores apostas, o que mesmo em número do votos a dizer que é uma variação sustentável (variação devido aos candidatos), seria a oportunidade para PSD explorar com as suas narrativas, e quem diz o PSD, fala do seu brinquedo jornalístico chamado Diário de Notícias

Um partido cresce quando vai tendo asa para cobrir sempre os aderentes, o que faz o PSD com maior facilidade por ter o poder com dinheiro e tachos, dar os votos por adquiridos numa eleição, pensando em adicionar mais, e não ter asa para todos, acaba por dar uma lição de que cada eleição é de facto uma eleição e o eleitor é volátil em boa percentagem.

No Funchal não se notou esse grande apoio do redondinho que trabalha para as redes sociais, é popular mas não para votos, como já lhe aconteceu como líder de partido.