A repetição da incompetência


A agremiação política conhecida como Juntos Pelo Povo (JPP) não é mais do que a encarnação de um "disco riscado" na paisagem política da Região Autónoma da Madeira e Porto Santo. A sua atuação, repetitiva, vazia de conteúdo e desprovida de qualquer centelha de inovação, atingiu o pináculo do que se pode classificar como ridículo político. Não é uma força de mudança, mas sim um eco fatigante, um "papagaio" que regurgita retóricas gastas e populistas, sem demonstrar a capacidade técnica ou a profundidade intelectual mínimas para dominar os dossiês que, pretensiosamente, se propõe a resolver. A sua alegada "capacidade" parece ter esgotado o seu limite, revelando uma incompetência desleixada e uma evidente falta de cuidado e diligência nos temas que exigem a máxima competência e conhecimento especializado.

Perante este espetáculo, a questão que se impõe é: Quem se pretende enganar? A JPP não revela qualquer interesse em honrar as velhas e inúteis promessas. O seu foco primário e, ousamos dizer, único, é garantir que os seus "deputadozecos" e a sua elite de militantes de topo se mantenham umbilicalmente ligados ao "tacho". É a velha máxima do serviço próprio em detrimento do serviço público. A satisfação dos interesses particulares da sua cúpula é a bússola desta formação política. Os interesses dos Madeirenses e Porto-Santenses são, manifestamente, um detalhe secundário, uma nota de rodapé na sua agenda.

A tática é transparente, ainda que insidiosa: atirar "toneladas de areia aos olhos" da população, tentando "tapar o sol com a peneira". Ao alegar defender os interesses da Região, a JPP está, na verdade, a levar a cabo uma autêntica e revoltante fraude política. É uma estratégia de ilusionismo que já começa a enjoar, tal é a previsibilidade do seu discurso. Estamos perante autênticos otários e hipócritas que vivem à custa de um delírio, de uma ilusão propagandística que persiste em ludibriar com uma retórica vazia, simplista, já gasta, velha, perdida e exausta. É o discurso oco, típico do taberneiro ou tasqueiro, que não tem nada de novo ou substancial para oferecer.

Os deputados e militantes de topo demonstram um apego patológico ao seu assento de poder, agarrados que nem lapas à cadeira. A explicação para esta tenacidade é crua e puramente materialista: é inegavelmente mais confortável e atrativo ser político — e receber um salário substancialmente superior e menos extenuante — do que estar, por exemplo, a trabalhar num café, numa fazenda ou enfiado num escritório. O salário de político é o maior dos incentivos.

O JPP é a "farsa da mediocridade" na política madeirense. Não tem soluções; é apenas um obstáculo ativo que consome o oxigénio do debate sério. Zero competência, máximo cinismo. A Madeira e Porto Santo merecem muito mais do que este embuste.