A Europa passa, neste momento, por várias transformações em simultâneo, e vivendo essa realidade, ao olharmos para a Madeira em festa percebemos que somos um caso à parte de anestesia geral que quando acorda faz propaganda para dizer que governaram e que são pioneiros. Um grande chorrilho de mentiras que só por falta de comparação numa ilha em relação ao exterior resulta numa satisfação ignorante.
Os desafios da Europa continental estão na energia e nós, ainda por cima ilha, parece que passamos ao lado quando a água começa a escassear para energia hídrica. Na Madeira, ninguém se dá conta. A energia está intimamente ligada às alterações climáticas, a aposta tem de considerar condicionantes, nem toda a energia verde é viável.
A Madeira, sempre tão orgulhosa da sua identidade, apostou na massificação do seu turismo mas desconsidera quando não recupera a sua arquitetura tradicional no seu embevecimento pelo cimento fresco, que até cobre pedras seculares ou deita abaixo para construir novo. Por toda a Europa recupera-se o antigo porque o turismo frequenta zonas antigas e históricas. O Funchal a esse nível está um aborto. Mas identidade é também fazer prevalecer os usos e costumes "endémicos" e não uma proliferação de "neo-costumes" do exterior que instituem pela força da quantidade de tradições estrangeiras porque não se adaptam ao lugar para onde emigraram: músicas, culinária, festas exclusivas, etc.
Teria muito para abordar mas sei que outra pecha do madeirense é não ter pachorra para ler. Quero só alertar que a Madeira, por razão de objetivo político, está a descurar muito pormenor que ao fim de um tempo a tornará mais um destino de resorts all inclusive sem novidades para os turistas.
Nota: a nossa zona velha da cidade precisa de uma grande volta!
Enviado por Denúncia Anónima.
Domingo, 21 de Agosto de 2022
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