P ara que fique esclarecido declaro que sou funcionário público na Direção Regional de ******** (já estou a imaginar amanhã os meus colegas *** ******** a olharem de lado uns para os outros à procura do delator). Voltemos ao assunto que me levou a escrever, sinto orgulho em ser funcionário público mas sinto-me envergonhado pela imagem que todos aqueles que trabalham no privado 12 horas por dia têm do funcionalismo público. Apesar de tudo, sinto orgulho quando passo numa Estrada Regional e digo aos meus filhos que foi o pai que ajudou a construir, mas depois, por vergonha omito a terceiros que sou funcionário publico.
Para a maioria daqueles que são escravizados por empresários, a hipótese de ter um emprego na função pública é o sonho de uma vida. Entrar às 9H00 e sair às 17H30, não fazer nada durante 7 horas e sair às 17H30 sem preocupações de não receber o ordenado a tempo e horas ou da empresa falir ou ainda de correr o risco de ir para o desemprego, nem se coloca a qualquer funcionário público.
Não é por acaso que os procedimentos concursais para emprego público enchem de concorrentes, que perdem tempo em estudar porque ainda não sabem que os lugares já estão antecipadamente preenchidos por cunhas. Por mais que me custe dizer isto, na Função Pública não se escolhe os melhores e os mais capazes mas sim os mais malandros, desde que devidamente apadrinhados.
É difícil de provar, mas os concursos são viciados e muitas vezes alguns concorrentes têm conhecimento prévio das provas escritas com a cumplicidade de membros do júri. Com tantos computadores e tecnologia, não seria a altura de arranjar mecanismos que impedissem a devassa imoral (e ilegal) da confidencialidade das provas?
E como se tudo isto não bastasse, a praga dos Técnicos Especialistas só veio piorar uma situação que só por si já era paupérrima. Conheço muitos Técnicos Especialistas nomeados politicamente, aos quais reconheço capacidades extraordinárias, mas a maioria dos que conheço são indivíduos não dão valor acrescentado a qualquer serviço publico, pelo contrário, além do só virem dar razões aos milhares de trabalhadores privados, vêm prejudicar a eficácia do serviço. O melhor mesmo era nem aparecerem!
Como será que se sentem aqueles que durante anos são reconhecidos pela qualidade e dedicação quando confrontados pelo facto de pessoas que, sem o mínimo de qualificações, usufruem de ordenados quatro vezes superiores aos que lá estão há quatro ou cinco anos? E o que dizer dos cargos de chefia feitos à medida de um militante do PSD? Só um cego é que não vê, mas a maioria dos funcionários optam pelo desleixo deixando a máquina gripar. Isto é, em vez do serviço melhorar com a entrada de novos quadros, a tendência é piorar!
Com o limite de mandatos dos atuais membros autárquicos advinha-se mais uma leva de nomeações de indivíduos que só vêm para o emprego publico para “pastar” até à reforma.
CM: se pede anonimato não deve "brincar" com as localizações.
Enviado por Denúncia Anónima.
Domingo, 28 de Agosto de 2022
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