5 realidades da Madeira que serão a de todos um dia.


O exílio da Babilónia

Bom dia.

H oje, nesta era das redes sociais, acabei por ir ao encontro presencial com alguns ex colegas de escola, por mero acaso, à conta de um hobby comum entre eles e a minha curiosidade. Eram 5 e nem todos se conheciam entre si, fui elo de turmas diferentes. Deu-se uma grande cavaqueira e foi muito agradável, espero que se lerem isto e perceberem que foi do nosso encontro, que guardem o segredo. Não importa quem, quando ou onde mas o porquê.

Não lhes disse, mas aquilo que para eles é dado adquirido e rotina impressionou-me, nenhum tem filhos cá a viver e, como já disse são 5. Pelas minhas contas, são 9 filhos e nenhum ficou na Madeira, não me estranha mas para uma terra da propalada vanguarda é estranho não fixar os de cá à sua terra e importar "nómadas". Aquilo que é vendido como um sucesso pelo Governo Regional esconde uma triste realidade. Só faltava surgirem madeirenses nómadas digitais a gozar ao estilo de estrangeiro na sua terra, com todas as ligações ao exterior onde têm carreira e garantem vida superior, explorando as suas potencialidades e ganhando dinheiro para viver e não para sobreviver.

Dos 9 filhos, e do que percebi, estão em 5 países diferentes, 4 da Europa e um da Ásia, nenhum se queixa nem vai voltar. Daqueles que estão na Europa, 3 estão no mesmo país e esses falam com um "fanatismo" (saudável). Apetece-me dizer que os pais e país não se escolhe mas os amigos e o lugar para viver sim, percebe-se que ser bem tratado é a camisola que se veste.

Das conversas, percebe-se o seguinte, os supermercados (com conhecimento de causa) nos países europeus, estão ao mesmo preço daqui ou inferior, apesar do poder de compra superior. A casa é cara de se comprar porque isso arrenda-se mas tem a vantagem de poderem "rodar", sofrem o mesmo problema do Alojamento Local mas existe para tudo porque a legislação disciplinou. Só agora é que Portugal deixou de permitir alojamento local em prédios de habitação. Todos eles, já mal acostumados, reclamam das nossas estradas, do ruído, do custo de vida e da bolha para tudo. Alguns, reformados, passam temporadas com seus filhos e curiosamente é a partir de lá que fazem férias para outros destinos, porque é muito mais barato! Chega-se ao caricato de voar desses países para a Madeira ser mais barato do que voar para Lisboa. Os preços determinam o "nosso" país. Temos um sério problema na Madeira com a "concorrência" e estas bolhas de monopólios ou "acerto de preços".

Sabia, mas percebe-se cada vez mais que a Madeira não foi feita para bebés (não nasce), para ensino superior (porque bom é estagiar já fora), para viver, para ter boa Saúde e reforma, para viajar, ... o que estamos aqui a fazer? Vender bom clima a estrangeiros no Resort do Atlântico porque eles ganharam a vida fora? Com tudo cada vez mais caro, até as casas, porque estão ao preço dos estrangeiros? Portanto não nasce, até porque não há soluções de emprego para as novas profissões (continuamos nas obras), não temos poder de compra mas temos custo de vida, não temos casa, não temos Saúde, não temos respeito e dignidade, não temos reformas. Há algo muito errado na Madeira ao fim de 46 anos.

Estão a expulsar os madeirenses da Madeira e já não são só os novos para trabalhar! Outro pormenor interessante, os novos não ligam à "diáspora", até porque tudo é cada vez mais disperso, qualquer dia até nisso alguns políticos ficam sem pé.

Enviado por Denúncia Anónima.
Domingo, 16 de Outubro de 2022
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