Élvio Sousa é um deputado respeitável e respeitado,
dos dois lados da contenda, na oposição e no regime,
por muito que seja coçado por Jardim e alguns soltem
os tintins depois de apertados.
O Élvio Sousa deu hoje uma entrevista de duas páginas no Diário de Notícias do monopólio dos portos, um assunto "estimado" por si, correu bem porque não tocou nele com a supervisão do jornalista do PSD. Falou de política geral mas focou. Os eleitores podem tornar isto mentira com os seus votos, por razões que a razão desconhece, mas parece que toda a gente sabe que o Partido Socialista meteu-se numa péssima estratégia à conta do permanente derrotado que continua a enterrar o partido. Só ele se sai bem.
No Partido Socialista faz-se coisas para cumprir calendário sem mais ousadias, escrevem nos jornais, fazem eventos e a pergunta é se alguém liga? Acho que não, e creio que é por seguirem o seu caminho em paralelo com a realidade. Outros! O Partido Socialista parece que quer chegar ao poder sem tocar nos problemas que a região vive de forma pura e dura, em linguagem direta. Se aflora não faz destroço. Só se pode entender que pretende manter o sistema e mudar os governantes curvados. É impressionante o estado de corrupção a que chegamos, o grau de incompetência, o descaramento impune de aldrabar e mentir e o Partido Socialista não capitaliza. É por isso que há uma ideia comum, fora da esperança dos seus militantes, de que vai levar um tombo. Isto é premeditado? Desistiram das Regionais de 2023 para apostar nas de 2027, com um Pedro Calado depois de "limpar" o Albuquerque e de um Paulo Cafôfo salvador da hecatombe socialista depois de correr o mundo na Diáspora para angariar notoriedade? É plausível que a JPP cresça com o demérito do PS, indo buscar os 3 deputados do Voto Útil de 2019, portanto, Élvio Sousa passa na análise.
É inegável que nesta legislatura o partido mais fiável a fazer escrutínio em oposição, com 3 deputados apenas, foi a JPP. Com o grupo parlamentar que tem, comparado aos 19 do PS, os registos de produção parlamentar são de louvar, sobretudo no escrutínio da verdade. Digamos que de trabalho e escrutínio não há uma palavra a dizer e a JPP espera o reconhecimento do eleitorado através dele. O problema é a análise volátil do eleitorado e a sua tendência para o consumo rápido, em vez de manter um histórico na sua mente. Cuidado com o exemplo do Funchal ... e contar que há pelo menos outros 2 partidos que também querem "canibalizar". Uma boa campanha é importante. O problema é o eleitorado borrar da mente factos com poucas semanas de propaganda intensa. Estou a falar do trabalho político, a JPP parece que mantém a sua pequenez e centralidade tentando através dela, quer no parlamento quer no concelho de Santa Cruz, granjear prestígio para outras zonas. Apesar de estarmos na mesma ilha, acreditem que de concelho para concelho parece que existe uma fronteira e a proximidade da quantidade (partido grande) faz a mossa do "carneirismo". Julgo que falta mais presença da JPP noutros concelhos, com a sua marca característica.
Não sei como querem crescer, têm medo de desvirtuar o partido com a entrada de novos elementos mas sonham com mais votos, portanto só sonham em crescer o grupo parlamentar porque até dizem que nem PS nem PSD. Cuidado com as mensagens subliminares. Respondam-me a esta pergunta, especulativa, imagine que o PS e a JPP faziam uma maioria absoluta e a JPP tinha duas secretarias como o CDS, qual seria o resultado? Seria tipo um CDS bajulador? Não creio! Colocava o melhor da sua pequenez mostrando trabalho executivo como faz no parlamentar? É possível. Acabaria engolido tipo BE e PCP na República? Seria reconhecido como partido capaz de governar e começava a produzir outros resultados nesta base? Seria um crescimento à força, até porque aparecem tantos tachistas ...
Sem dúvida que isto é uma pescadinha de rabo na boca, alcançar mais deputados possibilita a remuneração de know how que, pela qualidade que tem demonstrado. faz diferença mas, para lá chegar, é necessário o trabalho político, abrir-se mais à sociedade civil porque o que não falta são valores sem oportunidades (também é preciso ver se aderem à política). A JPP já teve 5 deputados e passou a 3, algo de errado aconteceu e julgo que a justificação está na falta de trabalho político para alargar as hostes. Acredito que a JPP está numa indefinição por medo de crescer e perder o controlo, até porque teve exemplos mal sucedidos e regressou à base. Se não saírem deste dilema, o tempo que passa cristaliza e acabarão vistos como ambicionando exatamente o que já são e têm, portanto manter, jogando seguro com deputados naquele inner circle e nada mais. É preciso pegar na definição pormenorizada de partido e começar a picar, caso contrário, tornam-se uma espécie de clube de reflexão, onde tal como Einstein diz "a mesma experiência produz o mesmo resultado", acabando por não incorporar bases para alargamento intelectual e sinergias eleitorais.
Pouco ou nada falhou na entrevista de Élvio Sousa, só saber como é que o eleitorado reage ao crescimento suportado no desaire do PS. Para chegar a segundo partido faltam pessoas dos dois lados, na JPP e no eleitorado, fazer fé no trabalho do concelho e do parlamento para a propagação da imagem pode não chegar, falta gente para propagar as ideias por convicção ou interesse.
Só há uma palavra como conselho: CORAGEM.
Enviado por Denúncia Anónima.
Segunda-feira, 17 de Outubro de 2022
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