H á gente que trabalha e enriquece com o seu trabalho, criando riqueza, criando empregos e bem-estar numa sociedade equilibrada onde ricos e pobres coabitam no respeito mútuo. Infelizmente não podemos ter uma sociedade em que todos somos ricos, mas podemos ter uma sociedade sem ninguém a viver no limite da sobrevivência.
Não é a riqueza de poucos que definem os ditos países desenvolvidos mas sim sociedades equilibradas onde todos temos direito à saúde, o direito à oportunidade e à justiça social. Criar abismos entre classes sociais leva ao descalabro, à insegurança, à injustiça e à fome. Nos dias de hoje não é humanamente aceitável que no século XXI alguém ainda morra de fome. Por isso sou um dos muitos que defende que deve existir mais ricos para haver menos pobres. É uma utopia?
O que é mais importante? Fazer uma estrada nas Ginjas, um Hospital ou um Lar para idosos? Um político que não tem discernimento para perceber isto não tem capacidade para ser estadista e ficar na história. Esse político vai morrer rico, mas a História não vai se lembrar dele!
A realidade é que numa população de 300 mil pessoas, é um erro concentrar a economia em meia dúzia de empresários e de empresas. Todos nós temos a noção que em caso de colapso de um grupo económico, quer seja por maus investimentos, quer seja por razões macroeconómicas externas, isso causaria uma onda de desempregados, consequente alarme social e revolta, o que normalmente leva a queda de Governos. Acontece que quem está no poder é chantageado por grupos económicos e é obrigado a alimentar os monstros para não perder o poder.
A questão, que poucos perceberam, é que quem criou esses monstros foi o próprio poder que em vez de dividir os investimentos públicos por diversas empresas, concentrou-os nos mais próximos, isto é, nos vulgarmente conhecidos por oligarcas, ou seja, algo muito próximo da sociedade Russa e muito distante dos Estados Unidos.
Não tenhamos dúvidas que esta estratégia de concentração da economia leva à mitigação de salários e do constrangimento na livre concorrência. Quem é o louco do empresário que pensa em investir numa empresa de Construção Civil? Quantos tentaram ser uma alternativa ao lóbi dos transportes marítimos e morreram na conceção? Que vantagem tem uma Região Ultraperiférica em ter os transportes mais caros do mundo? Pelo menos a empresa emprega 1000 colaboradores? E se existissem duas empresas? Não teríamos mais emprego em vez de mais desemprego? A falácia que os políticos passam é que o mercado não dá para todos.
Sem a livre concorrência e consequentemente sem a multiplicidade de empresas, não existe a livre opção no mercado trabalho, elevando a fasquia daqueles que trabalham nos ordenados mínimos. Qual a percentagem de população ativa madeirense que ganha acima do ordenado mínimo? A estatística não tem estes números? Não? Peçam à Segurança Social ou à Autoridade Tributária!
Ainda não perceberam que o resultado desta opção de modelo económico de gestão pelo mínimo, leva à trágica existência de cada vez mais pobres, sem-abrigo, crime e revolta? E, quer se queira, quer não, para lá caminhamos!
Mas quem é que ganha com este modelo económico monopolista com quase 50 anos? Primeiro, apenas meia dúzia de sanguessugas e segundo, os políticos corruptos que alimentam os empresários parasitas em troca de dinheiro.
Para terminar, não posso deixar de parafrasear o Presidente do Governo Regional numa das suas poucas intervenções na Assembleia Regional onde afirmou “não sou empregado de ninguém”. Engane-se Sr. Presidente, você é empregado de 300 mil empresários!
Enviado por Denúncia Anónima.
Domingo, 2 de Outubro de 2022
Todos os elementos enviados pelo autor. Imagem CM.
Adere ao nosso grupo do Facebook: Ocorrências CM
Segue o site do Correio da Madeira
0 Comentários
Agradecemos a sua participação. Volte sempre.