N ada dos tempos tenebrosos que aí vêm parecem trazer os jornais locais para realidade das notícias que devem se publicadas e explicadas. Tudo na Madeira é sucesso, a crítica é um disfarce de uma linha em 100. Às vezes parece que isto é uma outra versão do sucesso das obras de Jardim com inaugurações, espetadas, folclore e berros mas também de Sociedades de Desenvolvimento a penhorar o futuro. Até hoje não levantamos cabeça e faltam muitos anos para pagar essa dívida que se perpetua, com o pagamento do serviço da dívida acompanhada por novas engenharias financeiras, de outros loucos, com outras caras mas a mesma receita. Olhamos para os principais atores da governação e da autarquia e todos eles faliram empresas ou faliram pessoalmente. Estar perto do dinheiro público ainda por cima orientados pelo velho, que não se cala para não perder razão, é de deixar qualquer um apreensivo. Vivemos em loucura e chato é aquele que avisa. Será que as pessoas notam mas não querem saber?
A minha sensação é que ler jornais hoje em dia é ver um filme de ficção, olho à minha volta e não consigo um fio condutor entre as pessoas a cramar, que isto está mau, e outras a viver alegremente a vida na mais completa ignorância. Também acho que os pobres acham que alguém lhes dá sempre a mão para sorrirem, quando é a classe média que anda pobre porque paga tudo sem benefícios sociais.
Aquela sondagem de admiração aos políticos regionais, quando somos pobres e falidos mas sempre na vanguarda, é mesmo verdade? As pessoas sentem alegria por ver as elites bem e elas mal e vão se conformando? Eu acho que as eleições dão razão à sondagem, afinal elas têm andado a legitimar tudo isto. O problema não está em quem engana mas em quem não tem os olhos abertos. Muitos anos disto trouxe-nos a um impasse democrático. O Governo ainda vai ser patrão de toda a gente.
Temos dois meses de festa, o Mundial, os feriados e as luzinhas, as Missas do Parto, o Natal, o Fim do Ano, e o Carnaval já ali. Segue-se a ficção dos jornais num ano de campanha eleitoral. Estou expectante para ver como é que não existe dinheiro para pagar os apoios aos empresários (ainda da Covid) quando agora, que já estão "arrumados" pelas sucessivas crises, observam como os juros aumentam de forma impressionante. Agora são eles que desistem do apoio e fecham portas, estão numa excelente época: o fim de ano.
Há algo que vai acontecer de repente, falta dinheiro para o essencial e há para o supérfluo. Tudo para manter a alegoria, a festa do sucesso, o ambiente surrealista da Madeira. A Madeira não é uma ilha mas sim um outro planeta.
Enviado por Denúncia Anónima.
Sexta-feira, 11 de Novembro de 2022
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