E sta boca faz de facto humor, algo pernicioso, se não vejamos. Aos olhos do leitor atento parece que o órgão de comunicação social local se justifica por não ter dado ele a informação estando tão perto. A boca não faz sentido quando, mais ou menos informado, o público em geral sabe que a JPP intercedeu pelo Tribunal para receber as contas da viagem do Albuquerque, "em caravana" ao Curaçau e à Venezuela. A única coisa que se tem a dizer é que saiu tarde mas aceita-se sendo órgão do continente, até parece que fizeram compasso de espera para que os órgãos locais dessem.
Diz-se, com humor, de que os jornalistas da Madeira fogem da notícia, para estarem em estado de graça, e só avançam com aquilo que a agência ou assessores desejam. Há novas Lusas. Agora percebe-se que dói muito as notícias saírem no continente, os órgãos regionais ficam em xeque. Uma e outra vez. Na era da informação, parece que na Madeira se pretende tornar tudo hermético e estanque, no que é comum se chamar por Lei da Rolha.
Enquanto pela Madeira a imprensa anda amordaçada, e a tentar esconder os seus negócios na viagem presidencial de Albuquerque, a revista Sábado andou a investigar e a trazer novas revelações, que podem atestar ilegalidades das grossas. É visível o desconforto no apagão do JM e DN, que nem pegou no texto da Lusa para ao menos disfarçar. A noticia de que uma empresa, a RAMAVENTOS (link), comum aos dois jornais regionais (JM e DN-M), foi a organizadora da viagem que levou músicos, jornalistas, mulher do presidente à Venezuela, seria uma BOMBA a abrir telejornais no Continente, ninguém no Governo Nacional faz isto, nem pode, aqui é que se normalizou. O problema é que se trata de normalizar a promiscuidade e anestesiar o povo com festas, umas em cima das outras. O jornalismo a silenciar a promiscuidade? Minha Nossa Senhora, deem-se conta do ridículo que fazem.
É interessante se ver o rebuscar de assunto com conversas parvas, plantar ao Sábado quando na Madeira planta-se todos os dias hectares e hectares, mas estes sim são regados, não são como as plantações da menina da serra, com especial ênfase aos Domingos com girândola final a denunciar os principais destinatários, os mais amigos e o importante na agenda.
A continuar assim, parece que a comunicação social da Madeira começa a ter inimigos por todo lado como justificação para o facto de estarem na mão do poder, já têm os mesmos instintos do poder, até com inimigos externos. Creio que nada vai correr bem, vão ter cada vez menos leitores, menos importância no meio, vão se queimar como qualquer órgão politizado. Por norma as notícias não são para bajular e cumprir calendários de propaganda paga, as coisas não se misturam. Jornais de bajulação anulam-se, não são notícia nem despertam a atenção.
Nisto tudo fica uma pergunta, e se "Lisboa" pega na Madeira como se fosse um caso TAP e os casos e casinhos do Governo de Costa? Vai ser bonito. Que sofrimento. No nosso Parlamento já se sabe que está tudo controlado, mas na comunicação social do continente ainda há órgãos livres e jornalistas livres. Nem todos descambaram como a SIC e o Expresso do Balsemão, a incitar a queda do Governo e a participar no Grupo Bilderberg. A Madeira é um asilo de sociedades secretas, muitas.
Será que toda a promiscuidade caiu na cabeça do madeirense como uma normalização que já nem ligam? Já chegaram aí? Se continuarem a legitimar pelo voto sim, aliás, creio que as vitórias eleitorais são a forma de maniatar muitas autoridades, para além de outros "arrastar de asa".
O resultado de tudo isto, para quem tem dinheiro para comprar informação (põem o povo pobre e depois querem milagres) será a maior leitura de órgãos nacionais de informação, bastava terem uma secção Madeira. Nenhum "polvo" é livre, até a rúbrica está com nomenclatura politicamente viciada, apesar da graçola. A JPP que continue a fazer o seu trabalho porque vai trazer surpresas, no entanto, até lá muita água passa na ponte, aqueles estacionamentos no Caniço foram um desastre. Aprendam ao menos algo com o PSD.
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