A paranóia dos campos de golfe para viabilizar imobiliário

T inha dois temas negativos relativos aos campos de golfe, percebi entretanto que já existe no CM um bom texto quanto às consequências da proliferação de campos de golfe (link) na natureza. Vou me cingir à parte do imobiliário. Reparem que estamos a meados de maio, ainda Primavera, e os aquíferos desceram bruscamente: "as reservas de água baixaram nas últimas semanas mas a secretária regional do Ambiente afasta risco de seca" (link). Esta "nossa senhora" secretária não tem capacidade para estar à frente do Ambiente. Não é previsível sobre o que vai acontecer? Se não chove não há litros por segundo.

Más notícias, de um modo geral, o preço das casas está a aumentar em todo sítio (Madeira) mas sempre anunciam um novo lugar para um campo de golfe na Madeira ou alguém comprou terrenos ou alguém quer comprar. Não gosto do manipulador Miguel de Sousa a falar em mais um campo de golfe.

Miguel de Sousa, antigo deputado do PSD-M e amante da prática deste desporto, chamado à conversa, mostrou-se defensor acérrimo da implantação de mais um espaço neste local, lembrando que o Plano Director Municipal de Santana prevê a construção de um campo de golfe na foz da ribeira do Faial.

Estes novos magnatas da Madeira Nova estão completamente deslocados acerca do que o madeirense precisa. São uma vara de porcos que só pensam em si usando dinheiro público. Tem que acabar.

Há dois aumentos de preço das casas na Madeira, o generalizado e o localizado, quando os dois se juntam é terrível. Não tenho qualquer dúvida de que o Governo Regional está a provocar dois desastres:

• Se meter em despesismos de água tal como faz com o dinheiro, o problema é que com a água não há empréstimos para salvar.
• Está a expulsar as gerações mais novas de madeirenses da suas terra porque é impossível viver com oligarcas que pagam mal e querem tudo para si.

Na Madeira nada se inventa, tudo se copia, mas como o madeirense tem falta de comparação cai na conversa desta gente. O GR está a replicar o que fizeram no Algarve. Naquela zona, 69% dos campos de golfe (agora talvez mais) têm associada uma zona urbanizada/ habitacional. Só que o Algarve tem quase 40% destes campos com áreas maiores do que 10 hectares, o que leva a construir mais de 100 fogos. A Madeira não aguenta isto e vai destruir a sua paisagem substituindo por outra que todos têm. É uma asneira similar à massificação do turismo. Quando falam de campos de golfe na Madeira é o betão a provocar dinâmica urbana para ter trabalho para construir. A Madeira é pequena, essa gente das construtoras que emigre senão acabaremos atolados paulatinamente em betão com mais uma invenção, um precedente, um lóbi, etc. Teremos campos de golfe e urbanizações para os ricos virem aí de vez em quando expulsando os madeirenses?

Estão a estragar a Madeira e ninguém mete travão nisto, o povo é muito passivo e fácil de enganar com coisinhas básicas. A secretária está preocupada com os consumos dos concelhos da oposição, no Funchal, de uma hora para outra, estancou 60% de perdas (lembram-se da instrumentalização da ARM?) mas não com a proliferação de campos de golfe e da massificação do turismo. As fezes que aparecem no mar, porque as ETARs não aguentam, são empurradas com quê? Água! E os consumos são perdas ou massificação do turismo? A secretária é incompetente no seu trabalho e dedica-se à política.

Enviado por Denúncia Anónima.
Quinta-feira, 11 de Maio de 2023
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