O s acontecimentos recentes em Lisboa são um exemplo claro do descalabro a que a política chegou. A política deixou de ser a arte da defesa dos interesses da Causa Pública, para ser um meio ilícito de enriquecer em proveito próprio. Nesta história da TAP, é quase ridículo e caricato o modo como o Governo Português está a gerir o caso. Combina-se perguntas e respostas por email e julga-se que nunca ninguém vai saber? Que gente esperta e inteligente!
Que espertos são eles! Já todos percebemos que esta nova geração de políticos guerrilhas fazem tudo em cima do joelho, utilizando expedientes que pensam que nunca irão ser descobertos. É impensável nos dias de hoje que se faça negociatas por email, por telemóvel ou pelo WhatsApp julgando que nunca ninguém vá ter acesso aos seus conteúdos. Ou então, que tal encontrar-se secretamente em cafés onde haverá sempre um telemóvel anónimo que os fotografe?
Em Portugal, onde se inclui a Madeira, uma nova geração de políticos julga-se inteligente e intocável. Intocáveis porque julgam que a Lei está amordaçada e tarda em atuar. A realidade é que mesmo que um político seja investigado, até à condenação em Tribunal vai quase uma vida e pelo menos a família e os amigos ficam ricos.
A maioria dos políticos já percebeu que os Tribunais e os juízes estão mais interessados em progredir na carreira, por isso preferem os pequenos casos, porque é mais fácil e expedito meter na cadeia um desgraçado que rouba um chocolate para matar a fome, do que um político que rouba milhões. Veja-se o exemplo do caso de José Sócrates, que corre o risco de prescrever e ficar em águas de bacalhau.
E é só a Lei que falha? Que País é este onde os governantes enriquecem inexplicavelmente sem a Autoridade Tributária se aperceber? Donde veio o dinheiro da vivenda de luxo? De uma Herança? Do Euromilhoes? Se foi de uma herança deve estar registada algures! Se foi do Euromilhoes também está registado o imposto que pagou. Esta é a mesma Autoridade Tributária que não se coíbe de multar um pequeno empresário que falhou o pagamento do IVA, mas que teme investigar o património inexplicável de um político.
Se bem que agora os políticos estejam protegidos pela Lei dos Metadados (que veio dar força à corrupção e comprometer as investigações em curso), a divulgação ilegal dos factos e a condenação pública pode ser um meio nefasto para qualquer político que prevarique e, é apenas por isso, que os corruptos temem as redes sociais. Veja-se o caso do Brasil que recentemente proibiu a rede Telegram, alegando que é um meio de propagação do terrorismo. Será que foi só isso o motivo?
É melhor assistirmos sentados aos próximos episódios da TAP porque, pelo andar da carruagem, ainda vamos descobrir que, afinal, os 500 mil euros de Alexandra Reis fazem parte de um crowdfunding para financiar o Partido Socialista pela porta do cavalo.
A realidade é que deixamos de ter estadistas sérios e honestos, para albergar uma geração de jovens políticos imberbes que acha que a impunidade permite-lhes tudo.
Enviado por Denúncia Anónima.
Segunda feira, 1 de Maio de 2023
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