O exemplo do gato inteligente.


O lá a todos. Passaram-me um PDF de um boa noite inflamado desde o novel cargo de Director Geral Editorial / Diretor de um Jornal, já não leio diretamente mas acho que a pessoa não me enganaria. Deste pressuposto quero dizer o seguinte, nas Redes Sociais não há só bandalhos, nos famosos Anónimos não há só covardes, cuidado com quem se atinge com a generalização, o que sucede é que, conforme o toque, conforme a dança.

As pessoas adaptam-se e a razão da ira é não encontrar razão para não se cumprir o adágio de "tantas vezes vai o cântaro à fonte, que algum dia lá deixa a asa". Agora, de quem é a asa? Do leitor, do jornalista, do político ou do eleitor? Lamentavelmente, a Madeira não quer saber de opiniões mas de carneiros e a estratégia deveria dar certa. O mais irritante é haver ainda gente que fura o esquema de controlo, é justamente por isso, pela expressão da realidade, que alguns textos publicados no CM têm tanto sucesso e não me parece gente à toa. Por isso digo, cuidado com as generalizações.

É tenebroso não se saber quem escreve, quem explora e aborda, quem diz a verdade, mas eu tenho a certeza, pelo que leio, de que o CM tem uma excelente moderação. Há deslizes, exageros verbais aqui e ali mas nada se compara ao nível a que já chegamos na política regional. Há textos de grande valor mas irritam os carneiros, não é esse o caminho que lhes dá jeito e é inconveniente o despertar das massas.

A intensidade e as ameaças não são bons sintomas, quando os jornalistas tomam "partido" (esta palavra é chave e com muitos conteúdos), acabarão por se enterrar com a política porque a democracia, apesar de na Madeira ser sempre o mesmo a ganhar, acaba por conseguir refrescar. O lugar do jornalista é de gato que observa, sobre isto conto-vos uma no fim.

Faço um reparo, o que seria da Madeira se o que se passa agora no continente na comunicação social e no inquérito parlamentar, fosse replicado de forma credível e fidedigna na Madeira? A República tem uma maioria absoluta, ainda assim as instituições funcionam. Percebam o papel que os partidos da oposição ainda assim têm. Entenda-se o que é ter um Presidente da República a trabalhar para mudar o Governo, reconhecendo todo regabofe que existe, mas imaginem que a cada momento deplorável na Madeira, de corrupção, compadrio, etc, se fosse a fundo na investigação em vez de termos a instrumentalização da ALRAM, da Justiça e de um Presidente da República que colabora ... 

A Renovação fez "n" vezes esta estratégia, Albuquerque inverte os papéis e passa por santo.

Algo de muito suspeito se passa na Madeira para esta total passividade, sobretudo se notar que cada vez mais pessoas se rendem. Vigorosos e vigorosas, por silêncio ou se chegando à manjedoura. A explicação é simples, 47 anos anos dos mesmos a armar jogo e dependências é muito tempo na vida, alguns arrepiam caminho. Contudo, não menosprezem os que tem mais caráter e coluna. A democracia está sabotada pelos empresários do regime que colocam mandaretes na política. A ALRAM é um local de prateleira dourada para Presidente, vices e deputados, onde não é possível exercer com a maioria absoluta e todos fingem algo, menos fiscalizar o Governo. Podemos dizer que durante décadas nunca o jornalismo local conseguiu demitir alguém do Governo, agora ainda menos, mas é sinistro que a Justiça tenha o mesmo resultado.

Volto a dizer, o que seria da Madeira se organismos, instituições, autoridades e a comunicação social fossem livres, independentes e atuantes? Se para a Madeira não fossem despachados os "sinistros". Se ninguém dependente, com rabos de palha ou a perseguir uma promessa, condicionasse a função do seu cargo.

Neste preciso momento temos duas maiorias absolutas, no continente e na Madeira, é gritante vermos perfeitamente dois pesos e duas medidas e os daqui ainda mandam bocas para lá, são piores mas não têm escrutínio. Os daqui falam com topete de puros e honrados porque os pilares da democracia não funcionam, a comunicação social sucumbiu a dar razão aos piores dos nossos, que condenam esta terra com as suas negociatas, os eleitores legitimam entre iguais.

As eleições na Madeira não são ganhas democraticamente por argumentos mas sim por fragilidades humanas e profissionais, por subsistência, por dependências, compras de pessoas ou organizações com promessas, dinheiros e benefícios.

Link RTP-M adicional.

Termino com um exemplo inusitado que um amigo me deu há dias. Imagine que tem uma grande ninhada de gatos e tem de escolher um para levar para casa como mascote. Há quem escolha pela beleza, as pessoas mais humanas escolhem os rejeitados pela maioria, mas se tens que escolher o gato mais inteligente, pegas numa lata de ração e fazes o clique, aquele que não vier de imediato ao teu encontro, seguindo os instintos de grupo por imitação, é o gato mais inteligente, se o souberes educar. Ele ficou a observar para avaliar as intenções e se as condições são confiáveis, ele tem paciência para ler a situação e decidir. É um gato que não é "carneiro".

Saúde, persistência e bons autores ao CM, liberdade sempre!

Enviado por Denúncia Anónima.
Sexta-feira, 19 de Maio de 2023
Todos os elementos enviados pelo autor. 

Adere à nossa Página do Facebook (onde cai as publicações do site)
Adere ao nosso grupo do Facebook: Ocorrências CM
Segue o site do Correio da Madeira

Enviar um comentário

0 Comentários