To be, or not to be, that is the question.
(Shakespeare)
T emos gente muito cínica e ardilosa na Madeira, se calhar noutros sítios mas este é o que conheço "de ginjeira". Eu não tenho dúvidas de que o PSD e respetivo Governo ensinaram durante décadas o povo da Madeira a imitar e a serem também piores cidadãos. Depois de destruir o mérito que bem posicionado eleva a sociedade, não se queixem da podridão em que caímos. O meio aguça o engenho, defende-se, passa por entre pingos da chuva, troca as voltas enquanto os mentores colocam-se no pedestal do santo no oratório. Há muitos perversos santos de oratório.
Não tenho dúvidas de que alguns são maus com os do próprio partido e que da oposição também haja assinaturas que "tentam utilizar a Justiça para fazer política". Que sejam maus com quem se relacionam. A Justiça deveria perceber quando é instrumentalizada, porque estou certo que todos vocês concordam que o pobre não pode aceder à Justiça para se fazer honrar e respeitar. Está ilibado por pobreza. O pobre é pobre e, sem dinheiro, nem à dignidade tem direito, torna-se o caixote do lixo de alguns que sabem que por ali podem abusar, nem que seja só de retórica política, para aliviar os seus pecados. O pobre muitas vezes é tido por vadio, porque não responde, apesar de trabalhar de manhã à noite.
O pobre é aquele que se sente tão envergonhado que pena e sofre sozinho, sobretudo na classe média que há muito deixou de ser remediada. Existe vergonha da miséria humana em que caem apesar de trabalharem. Quando vemos os jogos de poder, percebemos que a política e a democracia não servem os cidadãos mas servem alguns e, é exatamente por isso, que se pratica a vingança de votar no extremismo, de forma cega e para trazer alguns falsos cá para baixo. Claro que isto está errado, mas é a forma do pobre se manifestar a custo zero e os partidos tradicionais não conseguem perceber isto, porque não ouvem, porque lideram sempre, porque estão sempre na crista da onda para provar uma honra, dignidade e caráter que não têm. E quem diz partidos também diz quem deles dependem. Acho que o CM, para onde escrevo, intrometeu-se logo antes do extremismo, como última oportunidade para alertar os maus caminhos que percorremos com coro e banda atrás.
São aqueles que tomaram conta e posse da democracia que estão a destruí-la e, cada vez mais, teremos doses cavalares de exageros e gente irada para, através do medo, intimidar e esconder o que são. A Madeira é um imenso gamelão com um código de conduta para aceder, os que estão em estado de graça, bem posicionados e pagos, não querem cair e usam os mais frágeis para atacar e servir de bode expiatório. Têm um cardápio de tropelias mas o cartão de visita é imaculado, no entanto, é preciso estar sempre a alimentá-lo porque a consciência pesa.
Enquanto o pobre não souber se valer, vai apanhar com as culpas todas de um sistema podre, até que descubra como votar. Todos deveriam ouvir e interpretar os sinais dos tempos em vez de, cegamente, querer manter uma sociedade no descalabro para viverem e enriquecerem.
Enviado por Denúncia Anónima.
Sexta-feira, 19 de Maio de 2023
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