Ou não vêm ou cobram o dobro.
N estas alturas de ventos, da mesma maneira que nos lembramos das ribeiras em alturas de cheias, é que nos lembramos de que o aeroporto existe e que tem problemas, vários até. Não vou aqui me alongar dizendo que os limites de vento deviam ser revistos, ao contrário de quem nos Governa, deixo isso para quem sabe, no entanto, julgo que após ver e ouvir diversas pessoas e opiniões, e de ter sido “vitima” por diversas vezes do vento, há assuntos que deviam ser tidos em conta.
O Comandante Timóteo Costa, sendo o piloto mais “medalhado” no que toca a aterragens na Madeira refere, e bem, que os aviões possuem ferramentas cada vez mais avançadas e estão cada vez mais seguros, no entanto recentemente o Comandante José Correia Guedes, também ele com centenas de aterragens da Madeira, trouxe ao de cima, e devidamente sustentado, um facto relativamente “novo”. O prolongamento da pista. O mesmo foi feito mesmo havendo estudos que diziam que o problema do vento iria agudizar-se ao efetuar-se o prolongamento da pista.
Logicamente, não conseguimos imaginar a Madeira sem o aeroporto nos moldes atuais, é impossível, e a sua existência foi sem dúvida o maior motor económico da Madeira, no entanto, com o passar dos tempos e das alterações climáticas, o mesmo tem-se tornado um problema cada vez maior e com impactos verdadeiramente imprevisíveis. Já se tornou habitual ver os diretos da televisão “Estamos aqui à espera, ninguém informa nada, amanhã tenho coisas marcadas ... blalbla”, mas as palavras que mais me têm ecoado é que são cada vez mais os que dizem “a Madeira para mim acabou, tudo muito bonito, mas o aeroporto…”, O Cenário que vai repetir-se quase de certeza na próxima sexta e no sábado, a confirmarem-se as previsões. Mas se, isto é, um incómodo para o cidadão comum, este fim de semana ventoso obrigou ao cancelamento de um concerto da Carolina Deslandes em Évora por ter ficado, nas palavras dela, “presa na ilha”, entre outros artistas que também atuaram na Madeira este fim de semana. Se é complicado para quem trabalha nas 9 as 18h, para os artistas que vivem dos concertos que dão, terem de cancelá-los em cima da hora não é a melhor publicidade, e arrisco-me a dizer, alguns pensarão duas vezes na hora de virem à Madeira dar algum concerto.
Isto tudo para quê? É tempo dos nossos governantes terem um VERDADEIRO plano de contingência, que não sejam colchões no terminal! E mesmo sabendo que o dinheiro vai parar aos de sempre, sim porque isto custa dinheiro, até dou aqui umas ideias!
- Ponham o INATEL no Santo da Serra em modo “funcional”, se perguntarem a qualquer turista se prefere ficar no aeroporto, ou numa unidade hoteleira com o mínimo de conforto, a resposta é óbvia.
- Já que gostam tanto de betão, façam um cais de acostamento na zona do aeroporto, onde os turistas possam ir a pé e onde possa estar um barco que faça a viagem desde esse mesmo cais para o Porto Santo, em velocidades de “Lobo Marinho” é sensivelmente 1h30 de viagem desde essa zona para o Porto Santo.
- Melhorem o aeroporto no Porto Santo, se houver previsão de dias de vento complicado, a operação é “montável” para que o barco saia do Funchal, leve os passageiros para o Porto Santo, os mesmos sejam transportados até ao aeroporto, o avião aterra, saem uns, entram outros, os que chegam vão para o barco, e este regressa. Repetir.
Acreditem, por mais prémios que a Madeira ganhe em termos turísticos, por mais publicidade que se faça da Madeira, não há melhor publicidade do que a boca a boca, e um turista que diga, seja na televisão ou nas redes sociais “perdi umas horas com isto do barco, mas ao menos estou cá” é muito melhor do que um que diga “estou aqui desde a manhã e não há voos, e ninguém me oferece alternativas!”
Enviado por Denúncia Anónima.
Segunda-feira, 26 de Junho de 2023
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