M iguel Albuquerque tem praticamente assegurada a vitória nas eleições regionais deste ano, com maioria absoluta. Na remota possibilidade de ser necessário mais algum deputado, para garantir a maioria, está assegurado o apoio parlamentar do Chega com Miguel Castro e eventualmente Francisco Gomes ou Américo Dias.
É conhecido que as hostes do PSD estão em polvorosa com a constituição de listas, porque os lugares dados ao CDS geraram muito descontentamento e andam muitos desesperados por garantir um lugar elegível. José Manuel Rodrigues tão para cima depois de Barreto a número dois foi a gota de água para muitos no PSD. Sabe-se que José Manuel Rodrigues segurou a presidência da ALM, com o projecto do canal de televisão que tem em mãos e que deixa muitos jornalistas a salivar por um convite e, desta forma, obedientes ao dono. Muitos PSD não se conformam e alguns já admitiram que não continuam como Carlos Rodrigues.
A disputa por lugares também é feroz entre os actuais secretários, que pretendem se proteger contra uma eventual remodelação governativa, garantindo um assento parlamentar desde já. Mais concorrência nas listas, até porque quem vai para secretário não precisa de ser eleito. Diz muito da confiança uns com os outros. É aqui que entra o estudo de opinião publicado ontem no JM, feito de encomenda pelo PSD, e que poucas reações geraram publicamente, mas que deixaram os gabinetes de alguns secretários muito apreensivos.
Muitos viram na capa do JM uma espécie de classificação final do campeonato do Governo Regional onde alguns secretários descerão de divisão.
Teófilo Cunha já estava condenado há muito tempo, tendo passado os últimos 4 anos naufragado no Mar. Serviu bem para a aquacultura. Usado, abusado e dispensado.
Susana Prada, que já foi uma das mais populares secretárias, está em forte queda depois de tantas polémicas na sua secretaria como o Teleférico do Curral, a pavimentação da estrada das Ginjas e a transformação de merd@ em algas nos mares do Funchal. Fica difícil para continuar, mas Paulo Prada ainda terá uma palavra a dizer. Outsourcing político.
Rui Barreto garante o playoff, e manterá a pasta da Economia, mas só porque o acordo com o CDS a isso obriga. Se o resultado da coligação "Somos Madeira" for esmagador, não está colocada de parte a possibilidade de Albuquerque despachar todo o CDS e formar governo apenas com PSD.
Rogério Gouveia nas Finanças é o caso mais intrigante. É quase certo que sairá pois é visto pelo líder como sendo uma figura apagada e pouco empática. Nos Paços do Concelho do Funchal é dado como garantido que Cristina Pedra, farta da vida de vereadora, farta de aturar munícipes e trabalhadores, e farta dos constantes atritos com Calado, irá para o Governo em Outubro. A probabilidade de tomar o lugar do Rogério é elevada.
Calado, que assume ser seu, por direito, o lugar de sucessor de Albuquerque, também está metido ao barulho na preparação das listas, o que é um azar para Cristina Pedra ou não, se calhar Calado também a quer despachar. Calado teme que possa perder o controlo e a lealdade das pessoas indicadas para cargos de poder, como Micaela Freitas. Ou, pior, ver surgir algum novo delfim como Pedro Fino ou Eduardo Jesus, visto que em 4 anos dá tempo para construir imagem, enquanto Calado vai-se desgastando em tricas municipais.
Os restantes membros do executivo estão mais ou menos a salvo, mas a geometria variável das dinâmicas partidários podem mudar tudo, caso as negociações para apaziguar descontentamentos internos assim o exijam.
Jaime Filipe Ramos tem aspirações em ser Secretário e José Prada está a vender cara a nega que lhe deram na investida pela presidência da ALM.
Face a tamanha incerteza na manutenção da maioria absoluta, como mostrou a sondagem do JM, há secretários que estão a forçar a entrada na lista de deputados em lugar elegível, como os casos de Eduardo Jesus, Humberto Vasconcelos e Jorge Carvalho.
Enviado por Denúncia Anónima.
Quinta-feira, 1 de Junho de 2023
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