Não interessa o tamanho do martelo, mas antes a força da martelada.

Com o André Ventura e a Mariana Mortágua fazendo intenções de ajudar os seus partidos na Madeira, sem papas na língua e com a rodagem do continente, se calhar vamos passar pelos mesmo ridículos que alguma comunicação social regional passa com os seus colegas do continente, desta feita nalguns partidos sem trabalho feito. Há partidos a saber usar melhor os seus trunfos do que outros apesar de uma quantidade considerável de deputados, durante 4 anos.


A proxima-se o fim da legislatura na RAM, naqueles que foram os 4 anos mais estranhos da história (ou estória) democrática madeirense. Quando este ciclo se iniciou, o PSD, tinha pela primeira vez, perdido a maioria absoluta já com Albuquerque ao leme e com o PS-Madeira a obter o seu melhor resultado de sempre às rédeas do “sorriso colgate” de Paulo Cafofo. Os madeirenses queriam a mudança e deram ao PS-Madeira 19 deputados. Insuficiente para garantir o poder, mas ainda assim com um grupo parlamentar, pensava-se, musculado. Depois veio o CDS que salvou o regime, num harakiri ao sabor das promessas de grandes tachos. O suicídio coletivo dos centristas, abriu espaço também, para a desiludida inoperância do PS de Cafôfo e Iglesias. Não foi à toa que ambos abandonam o barco, numa altura em que se esperava que o PS-Madeira capitalizasse os 19 deputados, liderando uma oposição forte e combativa e se apresentasse como provável vencedor das legislativas de 2023.

Não foi o que aconteceu!

Ora, não só o PS Madeira ficou órfão de pai e mãe com a fuga de Cafofo e Iglesias para a República, como ainda se viu ultrapassado por um JPP aguerrido, que, com apenas 3 deputados, tirou-lhe não só o protagonismo, mas também toda a iniciativa política de oposição. Quando se diz que foi o JPP a liderar a oposição, não é um exagero, é uma constatação. 

Depois dos golpes palacianos que deram origem à era Sérgio Gonçalves na liderança do PS-Madeira, os socialistas andaram sempre a reboque da agenda do JPP e às vezes até do PCP. É inegável que a “máquina de propaganda” do PS-Madeira consegue muitas vezes controlar a narrativa mediática, principalmente nos “diários” regionais, os tais que vão definhando a olhos vistos quanto à sua qualidade jornalística, atolados no lamaçal dos seus “donos”, mas a verdade é que em dossiers importantes para a população, como o custo de vida, a saúde, a agricultura, ambiente ou transportes, foi sempre o JPP, com trabalho de formiguinha, a carregar “lenha” em cima da maioria PSD/CDS. O leitor não acredita? Vou-lhe dar apenas 8 exemplos: 

  1. Tempos Máximos de Resposta Garantidos – Foi o JPP a marcar a agenda e que defendeu a sua implementação durante 8 anos, PS só acordou na reta final.
  2. 118 mil atos médicos em lista de espera – Foi através do recurso aos tribunais pelo JPP que os madeirenses ficaram a conhecer essa realidade, com o PS a ficar nas covas e obrigado a usar os dados obtidos pelos “verdinhos”.
  3. Processo ferry – Tem sido o JPP a liderar a luta, praticamente sozinho, em especial depois da chegada de Sérgio Gonçalves à liderança do PS-Madeira manietado pelas suas origens (Grupo Sousa).
  4. Caso Sérgio Marques – Ainda nem havia comissão de inquérito e já o JPP apresentava queixa na PGR, meses antes do PS, que mais uma vez só se queixa das “obras inventadas” deixando de fora dos “favorecimentos,  o Grupo Sousa!
  5. O preço do gás na Madeira – Mais uma vez foi o JPP que trouxe o tema à baila virando notícia nacional e destaque televisivo nas TV's do continente, onde estava o PS-Madeira? Nem um pio.
  6. Guerra contra a GESBA – Foi o JPP que acompanhou sempre a luta dos produtores de banana, recorrendo aos tribunais para obter a verdade e avançando belicamente contra a gestão da empresa pública. Tirando umas intervenções amiúde, vimos um PS amorfo na defesa dos bananicultores.
  7. Preço da cana de açúcar – Foi o JPP que obrigou o Governo a se mexer, no apoio aos produtores perante a miséria que recebem, de resto mais um tema em que o PS andou desaparecido. 
  8. Redução do IVA – Uma bandeira do JPP à qual o PS-Madeira se juntou à festa só após o acenar de cabeça de Lisboa.

Como o leitor pode constatar, de nada adiantou os madeirenses “oferecerem” 19 deputados ao PS, principalmente, porque foi o JPP com apenas 3 deputados que verdadeiramente fez oposição ao PSD e CDS. Dá que pensar… Já diziam os antigos, “não é o tamanho do martelo, mas antes a força da martelada” que faz realmente a diferença.

Com o CDS em marcha fúnebre, prepara-se Albuquerque para ter mais uns “samurais” à direita para lhe salvar o pêlo, caso seja necessário claro, com o Chega e a Iniciativa Liberal à beira de entrar no parlamento, quem irá ganhar a lotaria do tacho? 

Enviado por Denúncia Anónima.
Terça-feira, 6 de Junho de 2023
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