Bom dia (e)leitores,
C hegamos a Domingo e abre-se uma brecha para falarmos de Saúde. O assunto da Saúde na RAM é de complexa abordagem, mas acho sempre interessante contemplar diversas variáveis colocando-as na mesa de forma a entender certos fenómenos. Para o comum eleitor é difícil de chegar a estatísticas sobre a nossa saúde (anda sempre desatualizada ou indisponível) por exemplo: nº de hipertensos/Doenças cardiovasculares, nº de Diabéticos, nº de pessoas com feridas crónicas, nº de pessoas a necessitar de cirurgia (teve de vir o JPP revelar o cúmulo que eram as listas de espera) enfim, uma série de números que deveriam estar disponíveis e não estão. Porquê?
Em contrapartida, e curioso por fazer parte da mesma secretaria, o Serviço de Proteção Civil, provavelmente a secretaria mais bem organizada, e ainda bem, faz uma série de levantamentos semestrais onde são colocados os números de Ocorrências de emergências médicas, acidentes de viação, incêndios rurais/ urbanos etc…
Ora, estive a fazer contas… Em 2022: houve 36.760 ocorrências, número ascendente, relativamente aos últimos anos, inclusive 2018 (pré-pandemia: 34.440). Deixem-me que vos diga: É muito km! Haja ambulâncias e voluntários.
Durante a COVID-19 tanto alertou-se a população para o uso regrado e em extrema necessidade, com um pouco de literacia à mistura, e, em 2022, voltámos com números ainda superiores aos da pré-pandemia. Curioso isto acontecer com supostamente mais médicos de família e estratégias como uma urgência no Bom jesus. Esperem…não me digam que foi dos estrangeiros…. É que desde que tivemos turismo de massa tudo aumentou.
Este aumento exponencial pode explicar o quão ineficaz a nossa saúde pode estar a ser. As pessoas, principalmente as mais limitadas de locomoção (fisicamente e/ou falta de transporte), recorrem ao “112” mais vezes. Sensíveis e de saúde frágil por falta de Exames complementares ou cirurgia, a doença vai agudizando, necessitando do inevitável transporte. Reparem que aquilo que abordo são transportes de ambulância, imaginem estes mais as pessoas que se deslocam até à urgência. É cíclico e enchem as urgências, veremos uma vez mais no Inverno. Em período veranil também se observa cada vez mais picos de chamadas que obrigam a triagem atenta dos enfermeiros... Em vez de bola de neve, é bola de Berlim.
Quero acreditar que algumas dessas ocorrências não necessitavam de transporte de ambulância, e nesse aspeto precisamos de voltar ao tempo do COVID para termos essa consciencialização. Claro que há mais atividade, mas também há falta de cuidado, comportamento desadequado e negligente seja nas estradas, nos acidentes de trabalho, desporto, lazer etc.
Os Incêndios também discretamente aumentaram, menos visíveis na comunicação social. Mas, obrigaram a ter bombeiros presentes, muitos deles voluntários. E estes, trabalham mais de um lado e mais do outro. Terão benefícios? Não sei, o que sei é que ficou um estatuto do bombeiro voluntário por elaborar. Quem dará valor a estes técnicos? Como iremos promover o voluntariado? Desta forma, será insustentável. Quem dará conta da maioria das ocorrências?
A cruz vermelha também não pode ser esquecida, esta instituição executa parte das ocorrências, a maior parte são jovens estudantes que lá estão pelo conhecimento que levam. Pelos últimos relatos e a ser verdade, a gestão é danosa. No entanto, o SRPC contratou com a CVP 129mil euros e 1 ambulância nova. Será que os voluntários não mereciam um pouco mais do que os uniformes que vestem?
Uma boa semana a todos.
Enviado por Denúncia Anónima
Domingo, 3 de Setembro de 2023
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