H oje conduzir na Via Rápida e na Via Expresso mais que uma aventura é um risco. Ontem vinha da Ribeira Brava, mais precisamente a descer o túnel da Quinta Grande quando uma mota de grande cilindrada passou por mim. Quase sempre conduzo na faixa da direita no limite da velocidade legal o que me leva a concluir que a moto ia bem acima da velocidade máxima permitida. Em cima da moto vinham dois teenagers, um miúdo e uma miúda agarrada com unhas e dentes ao condutor, ambos provavelmente namorados com intenção de casarem e terem filhos. Com a idade deles também pensava que era imortal!
A minha mulher soltou um grito pelo arrepio que sentiu, mas o meu filho de 16 anos exclamou “fixe! quero ter uma moto daquelas!” Escusado será dizer que a minha mulher iniciou um sermão com o **** que durou até ao Funchal.
Enquanto o sermão decorria, dei comigo a pensar nos pais daqueles dois miúdos, no conforto do lar a verem televisão, sem terem a noção do risco de que os filhos estavam a correr porque julgavam que eles apenas tinham ido à praia e comer um gelado naquele dia de calor tórrido.
A minha divagação extravagou das motas para os carros e dei comigo a concluir que as pessoas estão a ficar cada vez mais loucas. Não sei se são resquícios do COVID, mas noto que a cada dia que passa estamos cada vez mais selvagens e perigosos. É em casa, no emprego, no supermercado, ao conduzir e mesmo até a dormir sentimos todos raiva e menosprezo pelo próximo.
Conduzo todos os dias na Via Rápida e noto que os condutores estão a ficar impacientes e conduzem como se não houvesse o dia de amanhã. Os atropelos ao código são diários e o simples ato de assinalar com o pisca a mudança de direção ou de faixa parece requerer um esforço suplementar dos que acham que sabem conduzir.
Mas será que a responsabilidade é de todos nós os condutores? Quem nos permite ser selvagens? Quando entramos na Via Rápida, existe uma placa informando os condutores que, para nossa segurança, a Via está a ser monitorizada por câmaras de vídeo. Qual segurança? Depois do eventual acidente? Tirando a mensagem “piso molhado conduza com cautela” falta uma política de prevenção rodoviária que deve começar na Concessionária e se estender às forças de segurança. Ninguém aprende com multas!
Parece que a estratégia da Concessionária é despachar o transito e, até quase que acredito, que estão convictos de que não deveria haver limite máximo de velocidade porque o que lhes interessa é não ter trânsito parado na Via. Mas se a Concessionária tem alguma responsabilidade no estilo de condução de alguns, a conceção estrutural da Via Rápida e Expresso não é isenta de erros graves.
Não sou contra as obras, mas é-me difícil aceitar que engenheiros cometam erros de conceção em projetos estruturais e estratégicos como são as vias de comunicação. Por exemplo, alguém me consegue dizer quem foi a alminha que projetou os nós de São Martinho e dos Viveiros? Aqueles dois acessos são um cancro e um atentado à inteligência!
Mas são estes os únicos culpados? Aos políticos parece que não há interesse em corrigir os erros, mas sim inaugurar obras novas. Estamos a pensar já nos túneis da saída Oeste do Funchal mas já alguém pensou em remodelar o nó de Santa Rita? Com o novo Hospital exige-se que os acessos ao Hospital sejam céleres para que os casos urgentes não morram a meio do percurso. Embora a acessibilidade de Santa Rita não seja das piores, há que repensar toda a zona porque, além do Hospital, inclui zonas comerciais de grande movimento.
Um bom domingo a todos e conduzam com cuidado. Mais vale chegar tarde do que nunca!
Enviado por Denúncia Anónima
Domingo, 8 de Outubro de 2023
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