A "briga" do gás


E stou a assistir a uma briga do gás em direto que implica o monopolista através do seu jornal (saudades do Blandy) e o partido JPP. Parece que a permanência do tema está a criar azias, na campanha ninguém se meteu porque era dar palco à iniciativa do partido o que iria dar visibilidade. O pós eleições trouxe mais verdades sobre a realidade que a Madeira vive e também traz agora esta questão do gás. Portanto as pessoas votam cegas com um monopolista a ter mão na informação. Está a desterrar o secular Diário de Notícias. O DN-M deve voltar para as mãos de alguém independente para produzir informação séria senão vai se matar, agora pode ter dinheiro mas está-se a matar e vai chegar a um tempo que não tem crédito nem influência na sociedade civil, depois esses que o enchem de dinheiro começaram a aliviar o fardo que não produz resultados. Pois, produzir resultados, para quem? Porque é que o Blandy não teve o mesmo apoio?

Mas então o que se passa? Arrancou com o fact-check, seguiu-se uma opinião que vi esta manhã no CM e agora uma notícia comentada pelo DN-M. Notícias comentadas é mau sinal e, ao contrário do que diz o diretor do DN-M é legitimo que tenha opinião, tal como referiu no ataque ao Eugénio Andrade, o problema é que comentar é fazer o jornalista tomar partido quando está na notícia! Separem-se as águas. É aí que a situação começa a derrapar, é o fim da macacada.

Agora vou dar a minha opinião sobre a situação. O gás solidário não é resposta para o facto de uma bilha de gás ser 10€ mais cara do que nos Açores, porque o que o Governo Regional faz, como sempre, é manter os ganhos exorbitantes do já de si monopolista para dar a 11% dos que têm tarifa social de energia o apoio ao gás (solidário), foi por isso que a dotação financeira foi ridiculamente baixa. Vou copiar do Órgão de Comunicação Social da Direita:

O Governo da Madeira decidiu criar o programa ‘gás solidário’ para ajudar as famílias com carências financeiras na aquisição de gás para uso doméstico, o que representa um investimento de 650 mil euros, foi anunciado esta quinta-feira. (...) a criação do Programa Gás Solidário na Região Autónoma da Madeira, destinado a conceder um apoio financeiro para as famílias com carências financeiras e com vista à poupança na aquisição de gás para utilização doméstica, seja na modalidade de aquisição de garrafas de gás, seja na aquisição de gás canalizado (...) tem por objetivo apoiar, financeiramente, as despesas com gases de petróleo liquefeitos das famílias carenciadas com residência na Região Autónoma da Madeira, a aquisição de GPL engarrafado ou canalizado a um valor mais reduzido, nos operadores aderentes“ (...) todas as famílias que já usufruem da tarifa social de fornecimento de energia elétrica, que corresponderá a um universo de 22 mil consumidores. (link)
O universo de 22 mil consumidores é o potencial elegível para o apoio daqueles que disponham de tarifa social de energia elétrica, o problema é que resultou num investimento baixo que só chega a 11% deles, tentam calar a boca com a iniciativa para arranjar argumentos, como vemos agora os próprios jornalistas a usar (andam demasiado próximos do poder e falam igual), e mantém-se tudo como está. Na realidade, toda gente paga mais 10€ por garrafa e a classe média continua a ser massacrada porque paga tudo, acabam vivem pior do que algumas classes desfavorecidas. Tudo para que um monopolista distribuidor de gás e monopolista de portos fique a ganhar o que desejar, no habitual protecionismo do GR ao seu grupo de poder económico, aliás o monopolista já pertenceu às comissões políticas de Albuquerque na JSD, só na Madeira é que nada se investiga. GR e jornalistas deveriam estar ao lado dos eleitores e leitores. Acho eu, ponham-se no meu lugar e percebam o que estão a transmitir às pessoas que são eleitores e leitores.

Misturar notícia com comentário é de evitar porque o jornalismo toma parte da contenda e o jornalista fica mal, mesmo sendo beneficiário o seu patrão. Estou em crer que os jornalistas estão tão envolvidos no poder político e económico que não conseguem dar notícias afastados da polémica, tomam partido, tornam-se parte e acabam sendo a notícia. É assim que o jornalismo perde a idoneidade, mas parece que ninguém se importa, porque mantendo o sistema os outros são sempre os "mentirosos". O DN-M está a mostrar uma proliferação de "Mários Gouveias", sempre com o mesmo, o beneficiário faz voodoo ou bruxaria para enfeitiçar todos? Ou é só o dinheiro que faz falta?

Não posso terminar sem fazer uma crítica ao Miguel Albuquerque, caro, vinhas para fazer diferente e ao fim de 8 anos, com mais um mandato em cima, estás tal como Jardim e o que ele concebeu, mas mais refinado! Neste caso, o que importa é saber como é que o gás é gerido na Madeira. Se a mesma empresa que enche as garrafas de gás tem lá um acionista que também é dono do DN Madeira (baseado no documento), porque se for é o fim da macacada e da independência do jornalismo. Ainda para mais que, naquela imitação de programa eleitoral que fizeste, está inscrito o aumento da dotação do MediaRAM. Alberto João Jardim tinha o seu Jornal da Madeira, outra vergonha escandalosa, ponha e disponha a seu bel-prazer. Agora, com o MediaRAM e mais uns trocos de publicidade, tudo se encaixa para o serviço dos Donos Disto Tudo.

O jornalismo precisa de outros gazes de independência, porque com esta do gás estão a afundar-se no charco do serviço mercenário. Albuquerque, não mudaste nada, está cada vez pior! Assim fica fácil mandar bocas para o continente...

Enviado por Denúncia Anónima
Quinta-feira, 9 de Novembro de 2023
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