T enho alguma vida consumida, o suficiente para ter visto gente a dar autênticas cambalhotas na conversão dos seus valores. Ou seja, já fui amigo de alguns que mudaram, sentiram-se incomodados por isso, mudaram por interesses, desapareceram do mapa e apareceram ao lado de outros contra os quais tinham muitas críticas. Mudar, muitas vezes implica perder amigos e passar uma esponja no passado, para ter conhecidos com mais "interesse", bom proveito, que na hora do infortúnio os conhecidos colmatem o lugar dos amigos. O histórico fica sobre a qualidade humana de cada um. Ainda me faz impressão alguns que ficam verbalmente violentos, irados, quando se toca em assuntos para tentar perceber que bicho mordeu para mudar tanto. É como se alguém próximo tivesse Alzheimer e nos deixasse de conhecer. É a partir daí que percebemos que é melhor desistir. E viva o velho!
Todos já vimos políticos mudar de posições, fruto de expressões impensadas, decisões não amadurecidas, de tiros pela culatra, de dizerem que nós não entendemos bem, de afirmar que seria de uma maneira se perdessem e, quando perderam, agarraram-se como puderam ao poder. Já vimos autênticas anedotas em campanha eleitoral, de veemências, indignações, desafios e ameaças, para depois de eleições serem colegas de Governo com aqueles que criticavam. E no Parlamento a paródia é maior, por vezes não sabemos alguns de que partido são. Ser político parece que é, hoje em dia, a arte de mentir ao eleitorado porque, depois do "voto cantado", eles têm quatro anos para fazer o que lhes apetece e inventar mais uma narrativa para repetir a cena. E de novo gente sem coluna vai contra o eleitorado e em favor de interesses.
Na história recente da Madeira também vimos jornalistas deontologicamente cá e lá entre Governo e Redações, entre assessores de campanha a comentadores de TV, vimos gente que, tal como aqueles amigos que tinham uma coluna e que depois foram operados para ter outra, quando os proprietários dos seus órgãos de comunicação social mudaram, andam cada vez mais seletivos. Venderam e foram vendidos, mas os que estão mal são os outros que permanecem sempre iguais com a coluna original. Alguns fazem impressão de se terem tornado PIDE, de não zelar pela liberdade de expressão, até parece coisa daqueles que desde o poder vigiam as redes sociais e os computadores do governo. Às vezes parece que lhes custa tanto a prisão em si, a atadura nas mãos, as vendas nos olhos e o bocal seletivo, que desejam ardentemente que os outros fiquem iguais para não lhes ser tão penoso.
A vida vai torta e jamais se endireita com a proliferação desta gente sem coluna, no entanto, e naturalmente, os que são pedra no chão em vez de fumo no ar, é que têm culpa. São os perturbadores dos "valores do progresso". Chegaremos ao dia em que a maioria mata tudo o que é virtuoso? Penso que não, costuma dar umas loucuras às pessoas quando não têm nada a perder. Há muitos que se os russos aparecessem aí à porta, para nos invadir, vendiam-se logo, como se já não se vendessem no imobiliário. Será que os ucranianos nos vigiam? Nunca se sabe, é que por aqui tanto já se branqueou verbas da UE para a máfia italiana, como se transacionaram armas. Por alguma razão não desobstaculizam.
Quando tudo isto cair os madeirenses terão milhões de perguntas, como foi possível, que linda sociedade estamos a construir.
Enviado por Denúncia Anónima
Domingo, 12 de Novembro de 2023
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