T odos estamos a observar a loucura na construção e do movimento das imobiliárias na Madeira, a minha pergunta é se estamos a respeitar os elementos que a história nos dá sobre temporais, aluviões e fatalidades. Onde ocorreram e o que evitar? Os madeirenses, pelo custo, vão ser empurrados para as zonas perigosas?
Ao que parece, o nosso pior aluvião (com registo) foi o de 1803. Mas o que é "o pior", a devastação material ou a quantidade de mortos? Vamos pelos que faleceram, algumas estimativas relatam que mais de 600 pessoas perderam a vida devido ao aluvião de 9 de outubro de 1803, enquanto outras fontes sugerem números ainda mais elevados, chegando a milhares. É importante observar que, devido à escassez de registos precisos da época, as estimativas podem variar, mas na pior das hipóteses foram 600, mais ou menos. No "20 de fevereiro" de 2010, faleceram 47 pessoas, 4 nunca foram encontradas.
Em 1803 os concelhos mais atingidos foram Funchal, Machico, Ribeira Brava, Santa Cruz e Calheta, todos a sul. Em 2010 foram Funchal, Ribeira Brava, Câmara de Lobos e Santa Cruz. De novo tudo a sul e os repetentes são Funchal, Ribeira Brava e Santa Cruz. É evidente que a verte sul é a mais povoada da Madeira, com Funchal e Santa Cruz a se destacar daquelas que foram sujeitas aos aluviões.
Onde temos mais incidência de especulação imobiliária na Madeira? Talvez Funchal, Santa Cruz e Calheta? Não sei, é palpite e nem sei se haverá registos. Penso que já estão a pensar onde quero chegar, os ricos quererão os melhores lugares e os madeirenses, paulatinamente, vivem onde for mais barato ... esperando não ficar para a história dos temporais e aluviões. Estou apreensivo com a Calheta depois dos incêndios deste Verão, tem registos de aluviões e o terreno está ... como está .... calcinado à mercê das Alterações Climáticas. Depois do 20 de fevereiro tivemos muitos incêndios, estima-se que até 2016 ardeu uma (valente) área de 25 mil campos de futebol.
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Ali está um aluvião marcado. |
O que contribui para os aluviões? Dizem que (La Palice) chuvas intensas que saturam o solo e levam a deslizamentos de terra e inundações, mas também a topografia acidentada da Madeira, montanhas íngremes e vales profundos logo mais deslizamentos de terra, a água da chuva flui rapidamente das encostas das montanhas em direção aos vales, aqui só me lembro da Ribeira Brava e os confinamentos que fizeram nas ribeiras ("Brava" é La Palice?), dizem que para a nossa segurança. O solo vulcânico da Madeira, fértil para a agricultura é também instável em áreas de inclinação íngreme, o que aumenta o risco de deslizamentos de terra. Poucos falam, mas a exposição ao Oceano Atlântico também nos tornam suscetíveis a sistemas climáticos oceânicos que trazem chuvas intensas e ventos fortes:
20 de fevereiro: na origem do fenómeno esteve um sistema frontal de forte atividade associado a uma depressão que se deslocou a partir dos Açores, segundo o Instituto de Meteorologia. O choque da massa de ar polar com a tropical deu origem a uma superfície frontal, que aliada à elevada temperatura da água do oceano acelerou a condensação, causando uma precipitação extremamente elevada num curto espaço de tempo
Enviado por Denúncia Anónima
Segunda-feira, 6 de Novembro de 2023
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