Vir de ferry e regressar a nado.


F ico por vezes embasbacado com o serviço prestado aos oligarcas pelos eleitos, quando a população passa completamente ao lado, mas tudo isto é preciso ser muito bem explicado, porque senão aparecem os discursos populistas de fachada que convencem os incautos, os que não gostam de pensar.

Parágrafo PS-M. Se o PS-M ganhasse de vez em quando Regionais eu diria que haveria um misto que tanto o partido tinha razão como as forças vivas da Região, o eleitorado. O problema é que o PS-M nunca ganhou e quanto a mim deve-se ao facto de se aparentar ser igual ao PSD, ou seja, o mesmo sistema de se calçar a pantufa, mas onde outros políticos "beneficiam". Um dia depois da demissão do António Costa, facilita muito o trabalho de explicar, por aqui é pior, só não é investigado. O PS-M não tem ideias próprias para a governação da Madeira, só quer trocar com o PSD, se der, porque se não der contenta-se com um grupo parlamentar grande que dê para empregar o núcleo duro da sua classe política. É preciso mais ambição. Nós precisamos de mudança, alternância, ideias novas, não mais do mesmo mas cor de rosa. Dizem por aí que há sondagens a pregar valente cagaço ao PSD nacional para sorte do PS, porque o Chega vai lucrar. Eu só fico a pensar como estes partidos tradicionais estão a arruinar a democracia com todas as suas clientelas.

Parágrafo do ferry para o continente. Sara Cerdas, deputada europeia, luziu-se esta noite com a ideia de que existe apoio para um novo ferry... para cair em mãos do mesmo, como aliás José Manuel Rodrigues já havia sugerido em tempos. Alguém ouviu Sara Cerdas, salientada como membro da Comissão de Transportes e Turismo do Parlamento Europeu com ideias para viabilizar o ferry Madeira - Continente? Não?! A omissão foi completa e poderia ter usado este momento para falar do ferry do Porto Santo e do continente. Às vezes há representantes dos oligarcas, desculpem, do povo, que desaparecem como tantos ambientalistas com programas de TV e livros daquela agressão da pavimentação da Estrada das Ginjas. São sonsos e ardilosos. Parece que todos funcionam naquele sistema do casal em que um é da Unesco e outro faz Projetos de Impacto Ambiental por medida. É natural que Albuquerque tenha tanta confiança na Unesco. Então o PS-M é oposição e não sabe fazer oposição? Então não sabe fazer a mesma proposta para um ferry Madeira - continente, eficiente sob o ponto de vista ambiental, para garantir a coesão territorial e para que o GR se movimentasse para fazer bom uso dos recursos do quadro comunitário 2021-2027, face as contingências de uma Região Ultraperiférica? Ou, como somos ricos nas Ultraperiféricas, vamos ter um iate cada um?

Sara Cerdas é membro da Comissão de Transportes e Turismo do Parlamento Europeu e não sabe que as justificações que temos por cá, para chumbar o ferry Madeira - continente, são falácias protecionistas? Não conhece a realidade europeia nesta matéria?

A água corre sempre para o mar, dinheiro atrai dinheiro, os oligarcas desta terra construíram bons alicerces durante décadas em protecionismo, privilégio, preferência e assistencialismo na "sua casa de poder", porque estamos debaixo das garras do "poder ditatorial" que lhes facilitou a vida, mas não facilita a de mais ninguém que possa trazer outras oportunidades e concorrência. Agora eles já dominam tudo, todas as oportunidades vão para eles e até já mandam no próprio "poder", no Governo e na Oposição. Neste caso vemos como uma socialista ou independente socialista, não sei, mas eleita pelo PS-M, com a cabeça completamente moldada no sistema. É natural que o PS-M não saia disto. Sem esquecer que nesta semana houve outra saída infeliz daquele médico ex secretário geral do PS-M (link).

O PS ou se assume com ideias fraturantes para a alternância ou vai ser ultrapassado pela JPP e o Chega. O PSD que não se ria porque parece que vai levar um susto no continente, o Chega aproxima-se e por isso o Presidente da República vai refrear as eleições. Os partidos tradicionais estão amarrados às suas clientelas e os eleitores estão a fugir. Naturalmente. Creio que Paulo Cafôfo vai ter o mesmo problema de Sérgio Gonçalves, a menos que combine um teatro melhor.

Enviado por Denúncia Anónima
Quarta-feira, 8 de Novembro de 2023
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