M iguel Albuquerque pensou e elaborou uma lista de candidatos à Assembleia da República. Conhecendo-se as débeis condições de debate interno, está assegurado que a mesma vai passar, por unanimidade, nas reuniões dos Órgãos estatutários do PSD/Madeira. A pergunta a colocar é se essa lista de candidatos a deputados serve, efetivamente, os interesses do povo da Região Autónoma da Madeira.
Começando pelo plano geral, qualquer lista, de qualquer partido ou coligação, que se apresente às eleições pelo círculo da Madeira ao Parlamento Nacional, deveria ter, como primeiríssimo objetivo, representar, sem qualquer equívoco ou rebuço, os interesses da nossa terra e da nossa Autonomia. Eu, cidadão eleitor, é isso que exijo aos nossos representantes eleitos por este círculo regional: ainda que a Constituição da República, num dos seus desvios centralistas, diga que os deputados representam todo o país (o que é, no mínimo incoerente com a eleição por círculos territoriais); ainda que tenham de enfrentar diretórios nacionais com interesses contrários; ainda que se vejam apoucados e isolados por uma opinião pública nacional que persiste em ver as Ilhas como uns territórios adjacentes que só ficam bem nas fotografias de férias e não carecem de consideração ou atendimento!
Ora, apreciando as individualidades escolhidas para os lugares cimeiros e começando pelo presumível cabeça de lista, direi que, não obstante as capacidades que revelou como edil de Câmara de Lobos, não lhe vislumbro as menores capacidades, seja no plano de produção legislativa, seja na área de negociação política, interna ou externa, para produzir grandes resultados. Está (mal) habituado a amplas maiorias e lida mal com ideias adversas. Tirando a sua inegável experiência autárquica, não se lhe reconhece qualquer valor acrescentado em termos de conhecimentos académicos ou profissionais que possam valorizar a sua prestação. Não é um bom candidato
A senhora “catequista”, oriunda de Pampilhosa da Serra e antiga presidente do Conselho Regional da Ordem dos Advogados, também não acrescenta grande coisa à lista. Destacou-se, que me lembre, por estar na lista do beija-mão ao Papa, na sua última visita a Portugal e por fazer parte de uma comissão sobre os abusos sexuais praticados por clérigos que produziu uma mão cheia de nada e outra de coisa nenhuma. A sua passagem por cargos na Ordem dos Advogados foi anódina e inconsequente, nem que seja porque essa circunstância tem servido como uma espécie de trampolim para se alcançar alguma notoriedade no PSD- Madeira. Tem o voto garantido das congregações religiosas da Diocese do Funchal.
Por fim repesca-se o ex-deputado e ex-diretor do Diário de Notícias. Personagem que fixou, há muito tempo, residência na capital e que está, ao que tudo indica, alheado da realidade regional. Valerá, como valeu na sua anterior passagem pelo Parlamento da República, pouco mais do que zero e, a ser eleito, será mais um dos deputados das últimas filas da bancada que se limitará a levantar ou ficar sentado ao ritmo das votações.
Tudo somado, um rotundo fracasso após algum suspense! Poderia ter pensado melhor, Sr. Dr. Miguel Albuquerque! Ou não o deixaram pensar como deveria?
Enviado por Denúncia Anónima
Quarta-feira, 13 de Dezembro de 2023
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