C omo disse Alberto João, cada eleição é uma eleição (link), concordo. A conjuntura, a leitura do eleitorado, o grau de saturação, as propostas apresentadas e o candidato têm mais influência no voto do que jogadas de sondagens e ameaças, do tipo Albuquerque nas últimas Regionais ... que não se demitiu com um resultado aquém das expectativas.
Quem deseja ser alternância deve estar imaculado, e é de bradar aos céus quando em cargos de ligação estreita com o povo se consegue atraiçoar o eleitorado e o partido. Mal têm um pouco de poder estragam tudo. Há exemplos que conseguem fazer com que a senhora Dantas, que hoje escreve "Para os que não querem mais a esquerda no poder em Portugal" (link), tenha ar para respirar politicamente quando não tem água, todavia, para se lavar. Veremos a lista do PSD. Quando um partido está 47 anos no poder e ainda consegue ter retórica para colocar o seu opositor encostado às cordas, é imperdoável.
Paulo Cafôfo foi o primeiro candidato em Regionais que mostrou que pode haver alternância, mas vai ter que corrigir o "danoninho" que faltou da outra vez, tornar o PS-M num partido sem tendência para se deixar arrastar a asa por oligarcas. Foi isso que falhou da outra vez, aquela célebre foto ... Mas Paulo Cafôfo também tem que dar limpeza no balneário, nos que não acrescentam nada e permitem ao PSD avançar com a tática de que, afinal, são os "menos mal". Mesmo que pessoalmente não goste deste e daquele, Paulo Cafôfo enquanto líder do PS-M deve saber acarinhar quem traz votos, os que têm valor, reconhecimento e know-how. Lembre-se que tem zangas para sanar e que lhe são altamente corrosivas, mas resolver vai ter que ser diferente no futuro ...
Ao contrário do que muitos pensam, não são as semanas antes das eleições que fazem o resultado. O candidato tem a imagem de uma maratona, a campanha é o folclore e as tiradas. É antes que o candidato se posiciona para ganhar. Sendo Paulo Cafôfo líder recente, começou a sua maratona, e já tem desafios pela frente para chegar idóneo às Regionais. Espero que não faça mais um "gangue" como PSD e que finalmente incorpore gente para ganhar e não "amigos". A gestão partidária já mostra o que será enquanto Presidente do Governo, não esqueça.
Paulo Cafôfo tem que perceber que Miguel Albuquerque e o atual PSD, sectário, tem cada vez mais dificuldades em arranjar quadros que valham votos. Funciona mais na base de condicionar para o voto. Sem dúvida que o universo de escolha do PSD-M é muito mais lato, no entanto, os problemas internos encolhem, e de que maneira, as escolhas. É aí que o PS-M pode dar cartas. Veja-se os galácticos da CMF no que estão a ficar? Precisam de reforços porque não dão conta. Quanto ao governo, passem pelos secretários todos e percebam o verdadeiro valor, a situação de cada secretaria e o que anda a fazer a propaganda. Para ela há remédio, para a boa governação... não, ela é má com propaganda.
Paulo Cafôfo, acabe com as capelinhas do PS, escolha os mais capazes e não amigos, não se metam debaixo das asas dos oligarcas, cuidado com as toupeiras que julga amigos. Alguns vão ao limite, mas quando estiverem na situação de escolher entre o PSD ou o Cafôfo, escolhem o PSD pela sua dependência e vai ficar dilacerado com a descoberta. Não se preocupe com o que alguns cancros do PS-M dizem, preocupe-se com a imagem do PS-M no eleitorado madeirense.
Por favor, com tão pouco poder, casos e casinhos aqui não. Fazer com que o PSD possa construir narrativa "somos menos maus" deixa o eleitorado irritado com o PS-M, porque estão cansados de uma casa que falha nas horas cruciais.
Uma última observação, abandone a comunicação de palco inclinado, faça o seu caminho e a sua comunicação, não permita que outros interfiram. Quase que aposto que vai cometer esse erro.
Enviado por Denúncia Anónima
Sábado, 9 de Dezembro de 2023
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