Os políticos não se entendem com aeroportos, mas querem decidir.


Por onde começo?

O ntem soube-se, através de uma apresentação pública da Comissão Técnica Independente para o estudo da localização do novo aeroporto de Lisboa, que o local globalmente mais bem cotado é projeto do aeroporto no campo de tiro de Alcochete. É evidente que há o segundo e o terceiro mais bem cotado e por aí fora.

Na apresentação, ninguém falou que naquela localização, em plena crise climática e onde até os mandantes do petróleo presidem à COP28, implica abater mais de 250 mil sobreiros. E que este não é o único atentado ambiental do projeto de Alcochete. Só por isto eu passaria à segunda hipótese, não me fixando unicamente na viabilidade e exigências da aviação. Por favor, sem planeta e sem gente com dinheiro não há gente a viajar e as alterações climáticas ameaçam os "passageiros" e a aviação.

Como se não fosse suficiente ...

O Montenegro que apoiou a versão do Governo da Madeira sobre os limites do vento no Aeroporto da Madeira, para andar rápido porque era contra o Governo de Costa e suas demoras, a par da ANAC (com líder recentemente nomeada), é o mesmo que diz que o PSD não se compromete com solução Alcochete, uma das favoritas da Comissão Técnica Independente (tacitamente todo o estudo), e ainda afirma que o poder político "não tem de acatar nada". Isto que até vai ao encontro das minhas ideias está, no entanto, na forma errada, porque eu disse que há segundo e terceiro mais cotados. Mais estudos? Isto já começa a parecer os estudos de impacto ambiental da Madeira.

Montenegro anunciou ainda a criação de grupo de trabalho, é a solução clássica para não decidir. Portanto, o PSD da Madeira que não acata os limites do vento tem nova versão no continente, porque é o poder político que vai decidir onde é que "tecnicamente" deve ficar um aeroporto, ambientalmente responsável e que dê lucros, mandando às urtigas um estudo sério que, se calhar, versou ou valorizou mais a localização técnica e viabilidade económica. É aqui que a sensibilidade política deve entrar para não abater os sobreiros.

Quando tudo está mais do que atrasado e o aeroporto já deveria estar construído, temos mais um irresponsável que vai fazer atrasar a situação que leva décadas. Ó homem, passe à segunda ou terceira escolha. Eu acredito que Montenegro perdeu imensos votos de quem trabalha e gosta de aviação, porque não faz sentido nenhum este grito de Ipiranga contando que vai ganhar as eleições.

Quando é que a bagunça dos políticos vai acabar?

Como todos sabem, do sobreiro extrai-se uma das principais exportações portuguesas, a cortiça! Portanto o aeroporto não se vai compatibilizar com outra forma de riqueza do país, vai canibalizar. O curioso é que o sobreiro tem desde 2011 o estatuto de “Árvore Nacional de Portugal”. Parece gozo que, para aterrar a companhia aérea nacional (?!), mata-se a árvore nacional. São preciso muitos sobreiros para se manter a produtividade, têm ciclos de 9 anos para extrair a cortiça e, numa árvore que pode viver 200 a 300 anos, aos 150 a 200 anos deixam de extrair cortiça. Não sei a idade desta plantação de sobreiros, mas gostava. É importante ler este artigo: (link).

Os montados de sobreiros são reconhecidos pela sua biodiversidade pela WWF Portugal – World Wide Fund For Nature. São habitat de uma fauna de quase 400 espécies de vertebrados e uma flora com cerca de 140 espécies aromáticas, medicinais e melíferas. Para além disso, o sobreiro é muito importante para a conservação do solo, da água (como se o país não precisasse) e de armazenamento de carbono (20% no total das florestas portuguesas).

Cortar 1278 hectares de sobreiro é para mim como atentar contra a Laurissilva.

Esta informação surge quando está bem presente outra agressão ambiental, o mega centro de dados de Sines

Enviado por Denúncia Anónima
Quarta-feira, 6 de Dezembro de 2023
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