Precisamos de acelerar o coberto vegetal,
a nossa orografia não ajuda...
U ma senhora do Curral, a propósito da derrocada deste fim de semana, disse na TV que antes, pela mesma zona, houve um incêndio e isto resume em proporções pequenas o que se está a passar em toda a ilha. Não é uma questão de política ou agoiro mas de prevenção, mas claro que ao falar os que têm responsabilidades mexem-se na cadeira. Gostam de marasmo informativo.
As derrocadas depois dos incêndios florestais podem acontecer devido a diversos fatores, e os efeitos podem ocorrer não apenas imediatamente após o incêndio, mas também nas estações seguintes, onde o inverno, sobretudo pelo chuva revela as fragilidades.
É evidente que queimar a vegetação que segura os solos, torna-os mais suscetíveis à erosão, mas o que dizer das plantações mal sucedidas por falta de apoio para vingarem? Ambos os casos podem resultar em deslizamentos de terra e derrocadas, especialmente em encostas íngremes ou áreas com solos menos coesos. É aqui que começamos a entender que "gestão florestal" tem muita ciência e causa/efeito. Isto serve para dizer que em zonas de infestantes, se não temos uma solução garantida de bons resultados deveríamos adiar a intervenção. Julgo até que as gramíneas existentes na zona deveriam acompanhar as plantações
Em muitos casos na Madeira, quando há desastres, o GR resolve com obras megalómanas que levem muito betão e dinheiro porque o povo aceita a justificação. Na maior parte dos casos, resolvia-se com vegetação por ser natural e desempenhar um papel crucial na estabilização do solo. Uma obra sem vegetação a acompanhar acontece o que já vimos em obras que se tornaram problemáticas. Os cobertos de redes não substituem a capilaridade das raízes que se movem no problema e não por cima. Quando as plantas são destruídas pelo fogo ou plantações mal sucedidas, a proteção natural contra a erosão é comprometida. No inverno, as chuvas intensificam a erosão, levando à derrocada do solo às consequências materiais e humanas.
Com a falta de Gestão Florestal, que não tem atuado ou atuado com sucesso, a Madeira é "um barril de pólvora", ainda por cima se pensarmos nas quantidades de aterros e aterrozinhos que se fazem com as obras com solos não estabilizados. As chuvas podem saturar o solo, tornando-o mais propenso a escorregamentos e derrocadas, sobretudo nessas zonas.
Muita atenção ao seguinte, isto é para aqueles que pensam que vivem em lugares seguros e não prestam atenção. Os incêndios podem afetar o padrão de escoamento da água no solo, mas os corta-fogo mal dirigidos ou pensados só no fogo e não no escoamento das águas no Inverno, é outro! Meus amigos, viram a imensidão de terra na baía do Funchal por estes dias, isso é a dimensão do que mexem às escondidas pelas serras em busca de pedras, da má gestão florestal e naturalmente dos incêndios.
A vegetação é o "slow motion" (filme lento) do ciclo da chuva, ela atrasa a queda da água no solo para dar tempo à percolação da mesma. A queima da vegetação pode resultar numa camada superficial do solo que é impermeável, dificultando a absorção de água. Isso pode levar ao escoamento superficial e aumentar o risco de derrocadas. Precisamos de uma gestão florestal séria e obras com lei!
Nota: há dias perguntavam de quem eram os burros do Parque Ecológico do Funchal que pareciam desnutridos, são da própria CMF.
Enviado por Denúncia Anónima
Segunda-feira, 15 de janeiro de 2024
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