O quase acidente no nosso aeroporto.


Frame do Vídeo * SK2901 6-1-2023

Q uem porfia pode ter a sorte de estar num momento chave, mas também pode acontecer aquela "do primeiro ser dos melrinhos" como alguns antigos diziam nos jogos de cartas. Isto para dizer que na região temos uma legião de pessoas ligadas à fotografia e ao vídeo que colocam gratuitamente a Madeira a rodar internacionalmente nas redes sociais. Quando o nosso Turismo se vangloria com os feitos, esquece que a fatia de leão é desta gente. Este é o primeiro motivo da minha publicação.

Segundo, a Madeira vive na tentação de ser tudo perfeito e superlativo, para que politicamente as pessoas fiquem embevecidas com os feitos que, muitas vezes, não passam de gestão de expediente. O mais, maior, melhor, bom e vanguardistas nesta terra é uma doença, a par do Povo Superior de pedestal. De tal maneira que percebe-se que o que é notícia até arrepia os jornalistas.

Terceiro, a comunicação social nas suas guerras de honras e aparências, nos dilemas existenciais e de perfilar na "boa notícia" esquece que notícia é o que está errado, é o acidente, a bronca, o corrupto, a gestão negligente, é a clivagem e as fraturantes, porque para o trabalho que estão a executar existem as Revistas Cor-de-Rosa. É claro que os leitores fogem, ainda para mais quando vemos gente sem bases nem rodagem a se tornar jornalista (não é só tirar o curso, é preciso perceber o meio). O estágio agora ensina a perseguir o exemplo dos mais velhos para chegarem a assessores. Já perceberam que um grande jornalista na terra é um não notícia em comportamento de estado de graça.

Quarto, quando vemos azias na comunicação social, e com o atrás exposto, percebe-se como gente que faz com gosto blogues e são assertivos nas redes sociais ganham muito mais respeito do que a comunicação social. É um facto. E também se percebe que é a profusão de smartphones nas mãos de todos que fazem os casos do dia em redações para ganhar dinheiro fácil.

Quinto e último, eu pensava que um avião da SAS que quase embate na pista do nosso aeroporto fosse notícia, se calhar sucedeu numa hora inconveniente para ser aprovada pelos superiores. É que vimos na Covid muita coisa escondida para a narrativa da perfeição, mas em todas as outras áreas é o mesmo!

Algo de anormal sucedeu, o avião desce muito rápido, perde sustentação, in-extremis salva de um hard landing desastroso, recupera graças a Deus e segue para as Canárias. O que foi a explosão? Do reactor? Um pássaro? Um defeito? Só vento não foi. Era neste ponto que o jornalismo começava a funcionar.

A aviação melhorou para atingir a proximidade da perfeição estudando os erros, as falhas, as fotos e vídeos na hora do acidente. Na Madeira, jornalismo e governo no seu estado de negação para a perfeição, nunca se aproximaram a isso, porque não corrigem.

Parabéns bloggers, spotters, gente livre na Madeira, e naturalmente aqueles que porfiam horas a captar vídeo para o mundo. Aconteceu isto na Madeira, viu alguma coisa na comunicação social regional?


Enviado por Denúncia Anónima
Domingo, 7 de janeiro de 2024 11:24
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