Saúde ou Roda da Sorte!


A saúde pública e o HNM ao serviço da medicina privada, sempre foi assim. Desde os tempos de Salazar, o mesmo até fazia por “não criar ondas” com a classe médica, mas alguns provaram da terapêutica da PIDE. Na RAM, AJJ manteve sempre uma politica de lhes dar corda e, sempre que a esticava 1mt, alargava depois 10mt. Simplesmente fechava os olhos e assobiava para o lado.

Desde o antigo CHF, os meninos da saúde faziam e ainda fazem, o que lhes dá na telha, os maus hábitos sempre transmitidos, inclusive pela epigenética, já que alguns até promovem uma manutenção familiar da espécie. O pior desta tragédia grega é que o descontrolo tomou conta de áreas de gestão na saúde, onde impera o descalabro.

Nos hospitais portugueses a figura de Gestor Clinico não existe e, a existir, é uma “Rainha da Inglaterra”: logo o controlo e a moderação da despesa passa ao largo de muitos serviços de internamento, onde muito director clinico é como “patrão fora da loja”.

Mas quais os resultados nefastos de um Serviço Regional de Saúde entregue ao livre arbítrio?

Vejamos, as falhas começam por lacunas graves no controlo da assiduidade e pontualidade, gravíssimas no cumprimento e na garantia de prestação de serviço em regimes especiais, como prevenção e trabalho extraordinário: à vista de todos e em especial de clientes nos serviços de urgência, todos sabem e todos têm conhecimento, mas ninguém quer saber.

Os sucessivos presidentes médicos dos Conselhos de Administração sabem, e sabem por conhecimento de uma prática omnisciente, como bem diz o povo, sabem por terem “culpas no cartório”, mas nada fazem, por razões óbvias, e o único que tentou fazer levou uma "cacetada nos cornos", desculpem a expressão.

O actual HNM, herdeiro do CHF, é seu irmão gêmeo, ou um descendente que “é tão parecido com o pai”, é clone.

Vejamos, o CHF era o quintal de muita actividade da medicina privada, hoje o HNM é uma via rápida, ao seu serviço, e os protocolos de cooperação são um supositório de pimenta no ânus do sector público, que fica a arder de dividas e assume o prejuízo de tudo e de todos.

A quantidade de exames auxiliares de diagnóstico, que pedem ao doente e que faz na privada, auxiliam mais o lucro. O cliente, sempre empurrado para os fazer na privada porque, no público, pedem toneladas de exames aos doentes de modo a entupir e saturar os serviços. Assim nascem as célebres listas de espera, ao serviço de objectivos de mercado na privada, inclusive marcar uma simples consulta é um inferno. 

Não existe controle e até um doente, no público, com o pé na cova com a santa unção dada, não vai, sem todo o seu passaporte carimbado de TACs, RMs e análises todos os dias. Ora, um hospital escola tem de exigir aos seus tutores que façam o seu trabalho e não podem ficar entregues a si próprios, gente com gritante falta de experiência profissional, estão aprendendo e não substituindo “o professor”.

Estejam atentos aos programas de recuperação cirúrgicas, que nada recupera. Às soluções avulsas para uma grave lacuna social, promovem as altas por abandono, ditas problemáticas e transformadas em internamento virtual, pagas pelo orçamento da saúde que engordam privados, nas tais politicas da "teta" e da longevidade, onde se criam cargos para meninas e meninos laranja.

Mas as altas problemáticas ocupam camas, algo que emperra a produtividade, logo, trabalham menos, mas ganham o mesmo e a culpa não é de ninguém, é do “nim”, é preciso aplicar a lei, porque ela existe e aos doentes abandonados objecto de processo social. Se o abandono é de origem criminosa, o MP que investigue, só que primeiro tem de haver denúncia pela instituição onde o abandonado é acolhido, nos mesmos moldes da violência doméstica que entram pelos serviços de urgência. A declaração obrigatória do abandono pode ter origem num crime, quando se fica com todos os documentos de identificação, objectos pessoais como o telemóvel e cartões bancários.

Cabe aos serviços sociais do SESARAM levantar o traseiro da secretária, quando chamados; aos médicos que internam um doente deixado na urgência, declarar aos serviços policiais competentes, através de documento próprio, a situação. Mas, toda a gente assobia para o lado, ninguém quer saber, nem vai buscar sarna para se coçar. 

Será que os serviços sociais e mesmo o SESARAM tem protocolos de cooperação com os serviços do Ministério Público? Tem de ter, porque o contexto de violência sobre idosos, crianças e a tal violência  doméstica, que muitas vezes lhe entra por uma urgência, é humanamente exigível! Então, por que raio o abandono de um ser humano não é devidamente investigado, quando até alguns se queixam que deixam de ter acesso à sua reforma?!

A saúde na RAM não está assim tão saudável e falha em muitas circunstâncias na proteção da pessoa frágil.

Mas depois ainda temos uns clientes prioritários, emigrantes, que voltam para aqui para serem tratados e outros cá, emigrados, trazidos por empresários e que deveriam ter seguros de saúde, pasme-se, acabam todos no sector público, mesmo atendidos na privada. O prejuízo é devidamente oferecido ao povo que paga impostos.

Um bailinho entre a vida e a morte, uma roda da sorte. Para uns a roda é negócio de uma saúde mercantilizada, onde impera a exploração da doença e o assalto aos orçamentos regionais da saúde validados sempre pelo Tribunal de Contas, um inferno.

Enviado por Denúncia Anónima
Sábado, 13 de janeiro de 2024
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