A cabo de ver um "recuerdo" do DN de que há 18 anos (link), onde os assaltos e drogas já faziam parte do dia-a-dia da zona velha desta cidade, o Funchal. É uma forma de propaganda que pretende vulgarizar a situação, dizendo que não é de agora, e pretende dizer que o tal bezerro que levam ao colo afinal é uma vítima de uma situação, que sempre houve e que não há lugar à crítica. Serve para dar argumentos ao coro e às respostas bestas das redes sociais.
E se pusemos a situação ao contrário? As pessoas daquela zona há 18 anos que esperam por alguém do Governo ou da Câmara que olhe por eles? E como se a droga e os assaltos não fossem suficientes, o que envolve violência, agora têm a tortura do ruído?
Acho que a comunicação social não se preocupa com a imagem que está a dar porque, no estado em que ela está, é preferível este neo-mundo regional só de coisas boas e de culpas alheias.
Lamento ver a transformação de alguns jornalistas que, nalgum tempo, eram referências minhas, que quando via um artigo fazia questão de ler. Estão tão diferentes, em trabalhos menores, inventando "coisas" para ocupar o lugar da notícia. As pessoas não compram jornais para ver o belo, mas sim para ler assuntos fraturantes que nos melhorem a vida.
Estamos a dormir sobre ilusões desejadas para manter o povo sereno, enquanto alguns enriquecem à margem da sociedade. Estamos a deixar passar um tempo que nos vai fazer falta. Quem não vive limitado à sua paróquia e olha para o mundo, percebe a influência negativa de uma sucessão de acontecimentos que podem ocorrer neste ano eleitoral, em tanta parte, e nos deixar na penúria depois desta suposta riqueza mal distribuída. Quando acontecer, os ricos ilícitos não serão solidários, que cada um se desenrasque, o governo vai dizer que não tem dinheiro para auxiliar o povo. Por isso seria importante gente lúcida a cada momento.
Dá medo analisar os nossos dias, ver os quadros do Chega na convenção, partido que está a crescer. Coloquem-nos num governo, imaginem. Olho para outro lado e afirmo que não serão os ZENs que vão transformar alguma coisa, o máximo que farão, como todos eles, é nos deixar uma tirada espiritual por nossa conta. Vejo a sociedade a envelhecer, pessoas a partir, os espertos a matar a inteligência, gente útil conformada e passiva, a cavalgada dos medíocre e o que nos fez pobres para o sermos ainda mais.
É por isso que a comunicação social na Madeira seria importante na transformação, mas o que ela faz é recalcar o modelo para o seu usufruto.
Enviado por Denúncia Anónima
Terça-feira, 16 de janeiro de 2024
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