Quem tem "capa" sempre escapa


A Natureza tem a capacidade de desabrochar a cada nova estação, e nós de recomeçar a cada ano, individual ou coletivamente. No último caso (no Porto Santo),privados do habitual meio de transporte marítimo de passageiros durante Cinco Semanas (de 4 de Janeiro a Fevereiro), não só não recomeçámos como voltámos a parar no tempo, acentuando o grito silencioso das nossas  legítimas reclamações, perpetuadas num oportuno obscurantismo, há demasiados anos.

Provavelmente, alguns de nós, por ingenuidade terão alimentado a ilusão de que este ano seria diferente. Não foi, nem será enquanto vigorar o contrato de concessão existente nos termos vigentes. Ao que se sabe, a respectiva prorrogação vai para além de duas décadas, se não estou em erro. 

"Impôr-nos" 50 viagens aéreas diárias, nos dois sentidos, em substituição do ferry enquanto decorre a sua manutenção, é uma medida paliativa de emergência, manifestamente insuficiente e inaceitável para nós, nos mais diversos aspectos. "Nem só de pão vive o homem ". É preciso ter em conta as pessoas que não podem ou não querem viajar de avião .Nós merecemos ser tratados como cidadãos livres, de pleno direito, não apenas eleitores resignados, para alimentar a glória, a indiferença ou a vaidade de meia dúzia. À medida que se vão aquecendo determinadas "cadeiras", a cortesia vai perdendo a elasticidade. Lidar mal é um eufemismo que não expressa nem metade da agressividade/boçalidade com que se reage na presença de opiniões ou factos incómodos, mas as verdades são para ser ditas, pese embora ser verdadeiro seja quase uma anormalidade no panorama geral/actual. 

Seremos um povo masoquista ou já desistimos tocados pela descrença que nada vale a pena, porque quem nos deveria defender com "unhas e dentes", não coloca isso no topo das suas prioridades?Começa a tornar-se preocupante, e até perigoso, o conformismo de uma infinidade de cidadãos prontos a aceitar tudo como facto consumado. Não serão  mais do que uma mão cheia os que têm a coragem de reivindicar seus/nossos legítimos direitos. Há, no entanto, por aí ventos contemporâneos promotores de muita estupidez e de muita falta de educação que se vão disseminando por todo o lado.

"Conversa não enche barriga". Queremos soluções. 

A "hibernação "forçada repete-se.

Enviado por Denúncia Anónima
Segunda-feira, 15 de janeiro de 2024
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