F oi com interesse que ouvi na sexta-feira à tarde o programa da Antena 1 Madeira de cariz filosófico, questionando "o que é a corrupção" ou "o que é o branqueamento de capitais". Como nascido em Luanda, sei que este é um programa que facilmente pode ser exportado, para vários pontos do Atlântico (quem sabe, do mundo). Vários generais em Angola ouviram com interesse as dissertações sobre a legalidade da oferta de relógios de luxo, guardar notas em casa, bem como os questionamentos mais profundos sobre o que é ontologicamente a corrupção. Proponho até que este programa possa ser transmitido pela RDP África (o que se coaduna com a geografia em que vários apoiantes do atual governo da ilha os coloca). Assim se poderia verificar a injustiça de subtrair preventivamente a liberdade daqueles que estão indiciados por corrupção, sendo que, como sabemos, nestas latitudes há muitos invejosos e os nossos nobres políticos ficam sujeitos à perfiadia da maledicência.
Os momentos altos que o jornalismo madeirense se tem prestado oferecem um conhecimento único, que deve ser posto ao serviço de todos, com cursos na UMa, servindo de escola para os editoriais do Jornal de Angola. Aqui sim, sabem que o jornalismo serve para apurar a VERDADE, indiscutível, que os nossos grandes líderes indicam. Jornalistas sagazes são aqueles que se prestam a servir, interpretando o que pode ser o melhor serviço ao governo. Viver feliz é pensar "certamente que o chefe gostou desta".
Também em Angola e noutras partes de África sofremos deste mal de haver poucos empreiteiros e do "know-how" estar concentrado nas mãos de uns poucos. É de uma grande injustiça acusar esses empreendedores de corrupção, quando por terem acumulado maquinaria paga pelo erário público, dominam todos os concursos.
Mais vil ainda é falar das rendas das vias, quando os nossos cidadãos podem acelerar à vontade, em percursos desenhados para ralis (veja-se a perícia necessária para entrar nas curtas vias de acesso). Se um condutor madeirense pode circular embriagado a alta velocidade é porque a excelência da construção assim o permite, sendo o número de acidentes e feridos produto da imaginação delirante da oposição.
Bem haja Madeira pelo extraordinário contributo de africanicidade que nos tem dado e espero em breve que possa aderir de pleno direito ao espaço PALOP, bem como à organização das nações africanas.
Aos jovens madeirenses fica uma mensagem de esperança. Se emigrarem para um qualquer país africano não vão estranhar. E lembrem-se, quando houver coisas más não se esqueçam na culpa é ainda e sempre da colonização. Afinal o que é que Portugal alguma vez fez por nós (ou os romanos, ou a União Europeia)?
José Esteves
Enviado por Denúncia Anónima
Sábado, 3 de fevereiro de 2024
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