V ivemos tempos de valores equívocos e de ideais em desformatação, em que a vida pública tem vindo a ser marcada por pessoas sem méritos que se apoderaram despudoradamente do Estado e se aproveitam da coisa pública para atingir níveis de vida que não se compaginam com o seu mérito.
Uma pessoa não é a mesma depois de entrar no domínio político. É pior, segundo um recente estudo de uma universidade norte-americana
A política, transforma pessoas normais em em canalhas, pois a ambição desmedida e a pressa em passar a perna ao próximo transforma aliados em rivais e amigos em inimigos. O que justifica a crise vivida no PAN onde um vasto oceano separa hoje os jovens “oportunistas” que deram um “golpe” no PAN ambientalista e socialmente comprometido com valores como a ética, a razão e a honestidade.
E assim hoje vemos pessoas que antes diziam maravilhas de outros a mostrarem uma postura intransigente e sempre crítica face aos seus opositores e uma postura tolerante face a esquemas duvidosos ou à margem da lei dos seus parceiros.
Então se basta as pessoas entrarem no mundo da política para alterarem a sua moral e comportarem-se de forma antiética, independentemente da idade, da situação sócio-económica e do partido com que mais se identificam para que é que servem os partidos?
Para chegarmos a esta conclusão, basta analisar a situação vivida nos últimos seis meses na Madeira.
Ponto 1 – a coligação do PAN com o PSD – onde o PAN desde 2011 se posicionou contra a perpetuação do PSD no poder
A política está a atingir um nível de degradação tal que hoje não se vislumbra alguém que tenha a capacidade de resistir às teias da corrupção. Seria ISR tão má pessoa e parca de empatia que a levasse a prejudicar altivamente pessoas apenas para manter o poder? E Marco Gonçalves que se dizia anti-PSD de toda a vida e elogiava a coragem e a capacidade de trabalho de Joaquim Sousa, mas perante a possibilidade de lhe ficar com o lugar não hesitou em lhe meter a faca nas costas e aliar-se a uma das pessoas mais ambiciosa da política regional. Estudos recentes dizem que basta entrar no mundo da política para que exista “uma antipatia genuína” pelo rival, como bem vimos na luta fratricida entre Manuel António Correia e Miguel Albuquerque, António Costa e António José Seguro ou Rui Rio e Pedro Santana Lopes.
Na política “O julgamento moral é politicamente situacional – as pessoas perdoam mais os copartidários transgressores e são mais propensas a comportar-se de forma punitiva e antiética em relação aos adversários políticos”, voltando ao PAN, onde nos últimos dias assistimos ao ataque ao carater do antigo líder do PAN por ter pertencido ao Aliança (meses), pelo mesmo grupo que desvalorizava a pertença de 25 anos de Marco Gonçalves ao PCP.
São situações como estas que afastam as pessoas da política, pois os partidos transformaram-se em agencias de emprego bem remunerados para tantas vezes pessoas desclassificadas e que nas suas profissões não conseguem ter o destaque que gostariam nem a qualidade de vida que ambicionam, o que leva a que os políticos sejam vistos como “oportunistas”, estejam mais agressivos, num mundo mais mediático e os cidadãos estejam menos tolerantes.
A política obriga-nos a fazer coisas que normalmente não faríamos e a tolerar coisas que normalmente não toleraríamos.
A ambição pessoal tantas vezes, traz à tona o que há de pior em nós, o que conjugado com a falta de empatia, de tolerância pode potenciar comportamentos e discursos menos tolerantes, sejam políticos de direita (ex. Carlos Rodrigues pela violência ou Lopes da Fonseca pela hipocrisia), dos interesses (ex. Mónica Freitas pelo taxo ou Marco Gonçalves por ambição) ou de esquerda (ex. Filipe Rebelo na Sociohabita e pela sua licença "sambática" ou Carina Ferro por um lugar via partilha de leito), jovem ou velho, rico ou pobre, ou seja cada vez mais a política parece transformar-nos a todos em canalhas.
E se os valores éticos e morais dos atores políticos se degradam, a região, o país e o mundo precisam, cada vez mais de compromissos políticos e sociais sérios e de longo prazo, e de políticos que falem toda a verdade sobre a situação da região e do país e que saibam gerir os recursos públicos em benefício das pessoas e nãos dos seus interesses.
A mim enganaram-me
Enviado por Denúncia Anónima
Terça-feira, 27 de fevereiro de 2024
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