Bom dia Caros Leitores,
Nesta época especial do ponto vista religioso, na qual se festeja a páscoa, venho partilhar convosco um sentimento de revolta para com o estado atual da nossa religião.
R ecentemente tive a graça de ser convidado a apadrinhar uma pessoa num dos sacramentos da igreja católica. Pensei muito antes de dar uma resposta. Na verdade, considero-me uma pessoa com um bom currículo de vida. Sou cumpridor e trabalhador, fiz voluntariado, passei pela catequese até ao crisma e, a depender do meu horário de trabalho, vou participando em algumas eucaristias. Por isto, e em plena consciência e reflexão de que ser padrinho é um trabalho contínuo, abracei a Causa.
A minha indignação começa quando a igreja torna-se num antro burocrático e são necessários 1001 papéis e declarações. Além disso, faz-me confusão como isto dos papeis não são uma coisa uniforme entre paróquias, ou seja, numas é preciso e obrigatório, já noutras o pároco nem sabe do que se trata. Faz-nos questionar se o tempo que estamos a despender para tratar da “papelada” vale a pena. E acreditem, não estamos a falar do sacrifício, mas sim da coerência das coisas.
As mensagens desta páscoa baseiam-se em convite, em “porta-aberta” mas depois, quando nos aproximamos mais um bocadinho, encontramos portões, sub-mensagens como: “o sr. Padre está com muito trabalho; Não está disponível hoje…” por várias vezes – e suspiramos e aguardamos pacientemente pelo raio do documento ou pela preparação do sacramento.
Hoje somos nós. Somos nós aqueles que Jesus convida para a sua Ceia. Somos nós que O acompanhamos até à cruz. Somos nós que recebemos a feliz notícia da ressurreição. Somos nós que temos a responsabilidade de O anunciar. Mensagem Pascal do Sr.Bispo do Funchal
Não há uma plataforma onde os srs padres de diferentes paróquias confirmem o crisma dos padrinhos. Cada um terá de ir à respetiva igreja onde efetivou o crisma para obter validação dupla: no Arquivo da paróquia e na cédula cristã. Esta gente ainda não aderiu ao digital, porquê? Tanta modernice para as jornadas mundial da juventude, mas para criar uma plataforma que uniformize procedimentos… Não digo mais. A ideia está dada.
Meus caros, sou provavelmente dos últimos jovens que mantém os valores da igreja católica e efetivamente participa enquanto membro da comunidade mas os pilares estão fracos e eu estou prestes a desacreditar nas pessoas que os sustentam pela falta de criatividade e por não serem práticas. O pouco tempo que tinha para isto, provavelmente dedicarei a outros assuntos, deste modo resta-me esperar que a minha fé ressuscite também.
Uma boa Páscoa para todos.
Enviado por Denúncia Anónima
Sábado, 30 de março de 2024
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