A inoperacionalidade do Instituto de Habitação da Madeira piora a cada dia.


S ou uma inquilina do IHM há 32 anos. Tive a minha residência em primeira mão, nova a estrear. Após 4 anos comecei a ter problemas no chão da casa de banho, cozinha e lavandaria. Na altura como tinha filhos pequenos vieram arranjar o apartamento. 

Dois anos após tive uma inundação na residência que até hoje ninguém conseguiu me dizer a sua origem visto que moro num segundo andar e não partilho paredes com quaisquer vizinhos. Esta inundação aconteceu numa altura em que não me encontrava na região. Quando cheguei a minha moradia e deparei-me com a casa inundada e com alguns móveis deteriorados devido à exposição da água, desloquei-me ao IHM. A Dra. responsável pela área da minha residência enviou um fiscal e um engenheiro na altura para verem os estragos e mandar arranjar antes que a situação se complicasse ainda mais. Estes mesmos senhores ao se depararem com aquele estado da casa, chegaram ao IHM e informaram que existiam residências piores do que a minha.

Estes problemas foram se complicando ao longo dos anos ao ponto que tive que colocar o IHM em tribunal. O juiz que ficou com o meu caso mandou o IHM arranjar a residência. Na altura o engenheiro que estava encarregue do caso, pediu-me que retirasse a queixa do tribunal que iam arranjar a mesma, isto em vésperas de eleições. Infelizmente confiei na boa fé do engenheiro e retirei a queixa, sendo que o resultado foi que só arranjaram o que quiseram e com material de sucata, visto que tenho material desde essa altura enferrujado.

Há cerca de 5 anos atrás, o IHM andou a retirar o amianto que existia na parte superior dos edifícios. Esta remoção foi realizada num fim de semana de mau tempo na região. Resultado: os funcionários deixaram os tetos abertos onde entrou água pelas escadarias do edifício. Tivemos que pedir auxilio aos bombeiros e PSP que não nos puderam ajudar em grandes coisas pois não tinham o contato do IHM. Durante dois dias tiveram que ser os inquilinos a tratar de limpar a inundação no edifício e nas suas residências derivado a esta situação.

Há cerca de dois anos tive um problema nas tomadas elétricas da cozinha em que começaram a estragar os meus eletrométricos, sendo que quando me apercebi que estava a cheirar a queimado, liguei para o IHM a informar e a resposta que me deram foi que não tinham eletricista disponível, enviando somente um ao fim de dois dias. Derivado ao risco de curto circuito na minha residência tive que pagar a um particular para vir cá a casa arranjar a tomada e o que me foi informado é que a instalação elétrica é muito antiga e apresenta sinais de infiltração nas paredes, tendo que ser toda ela refeita.

Neste momento estou à espera de uma resposta por parte do IHM para virem pintar a minha casa devido ao bolor apresentado destes anos de neglicência, contudo os problemas na parte estrutural do edifício que apresenta fissuras não vai ser solucionado com uma simples pintura. Foi apresentado uma alternativa de resolução do problema para ambas as partes, sendo que a mesma não foi aceite pois o senhor engenheiro pelos vistos não aceita sugestões de quem está no mercado há mais tempo. Esta espera já se prolonga há 5 meses e até agora nada feito. Já solicitei audiências com o próprio presidente do Instituto, todas elas recusadas pois o mesmo se recusa a atender os moradores. Com o passar do tempo e com o desespero até solicitei uma audiência com o presidente do governo regional, que até hoje não obtive qualquer resposta, nem de recusa. Acho uma falta de consideração pelos seus eleitores, visto que o mesmo prega da boca para fora que o seu propósito é defender e proteger o povo. Como é que este senhor pode proferir estas palavras quando existem eleitores a morar nestas condições? 

Tenho conhecimentos de que existem apartamentos com a mesma dimensão que o meu vazios e o IHM não se digna a me transferir para um.

Tenho relatórios médicos que atestam a deterioração da saúde de todos que moram cá devido ao estado da residência, relatórios da inspeção ambiental e de uma psicóloga especializada em salubridade, tudo estes entregues ao IHM e continuo a ser ignorada.

Já pedi apoio judiciário para voltar a colocar o IHM em tribunal, contudo os advogados que me têm sido atribuídos não querem ir contra o governo.

Termino esta exposição com algumas questões.

Quem vai devolver a minha saúde e dos meus filhos? Quem vai devolver todo o valor gasto em medicação não comparticipada e exames resultado dos nossos problemas de saúde derivados ao estado da minha residência? Quem vai assumir todos os danos materiais que tive na minha residência ao longo destes 28 anos?

Enviado por Denúncia Anónima
Quinta-feira, 16 de maio de 2024
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