A incoerência de Miguel Castro e a queda do Chega.

 

Dois derrotados, um na gestão política e outro na narrativa que perdeu a bandeira anti-corrupção.

D izem que Francisco Gomes vai, mais dia, menos dia, substituir o Miguel Castro, não nutro simpatia pelo Chega nem por nenhum dos dois. O que sei é que depois da eleição de José Manuel Rodrigues, Miguel castro continua nas afirmações ambíguas, claramente de um mentiroso a tentar encontrar caminho. Detesto.

O Chega e o Miguel Castro não são diferente, tem palavras fortes, depois fazem-se algumas perguntas e a retórica começa a mastigar por pouco suporte de argumentos e pensamento sobre o que andam a fazer. Sucintamente, José Manuel Rodrigues usufruiu do poder e fez a boa vida de que gosta, chegou à campanha e "choramingou" as desgraças de que a sociedade da Madeira padece, foi capaz de se colocar de parte daquilo que foi a coligação PSD/CDS, da qual usufruiu do lugar de primeira figura da Região. Depois da deplorável jogatana política, o CDS conseguiu sozinho 2 deputados. Como sempre, o "Danoninho" do CDS serve, Deus ou o Diabo olha por eles, o PSD teve 19 deputados, o PS e JPP fazem acordo para terem 20 e atrapalhar o Representante da República na indigitação de quem deveria formar Governo, e o CDS alia-se ao PSD para fazer 21 deputados e passar à frente. Neste processo, José Manuel Rodrigues tratou da sua vida para "chegar" de novo a Presidente do Parlamento. O Chega com a sua fobia da Corrupção, mas também da "Esquerda" (não estando a JPP nesse critério), deixou-se ficar, porque até poderia ser Governo com PS 11 + JPP 9 + Chega 4. Foi aqui que começou a cair a sua máscara.

O Chega de Miguel Castro, nesta manhã, teve elementos a votar no José Manuel Rodrigues do partido âncora que suporta o poder que, alegadamente, é corrupto, porque só houve um voto em branco na terceira votação que elegeu José Manuel Rodrigues. O Chega Madeira falha portanto pela segunda vez e opta por viabilizar a "corrupção". Ao ver Miguel Castro a mastigar vamos ver se o Orçamento acolhe propostas do Chega e começa a fazer caminho para a terceira traição. O PSD também sabe mentir, dizer que sim, fazer aprovar o Orçamento e depois criar narrativas como aquela do Ferry, promessa do PSD em 2015 que acabou em culpas no António Costa e no Paulo Cafôfo.

O Miguel Castro é igual ao José Manuel Rodrigues e o Chega igual ao CDS. Quando Miguel Castro diz Albuquerque não e PSD sim ou talvez é mais um logro que sem irmos para a votação do Orçamento já dá para a derrota política do Chega. O Chega nunca teve coerência nem foi confiável, ainda para mais neste ambiente de interesses pessoais que se nota na Direita (não porque eu seja de Esquerda) onde todos mentem e tratam da sua vida. De que nos interessa que depois de Miguel castro venha Francisco Gomes, outro figurante para colocar o Chega com outra cara para futuras eleições?

Mas ainda falta outro pormenor, que demonstra bem como esta classe política pensa no seu bem estar e não em defesa do seu partido, o partido é um veiculo de bem estar. Vejamos, soube-se que João Cunha e Silva ensaiou com ex militantes do PSD, agora no Chega, uma oportunidade mesmo depois de apeado pelo próprio partido no acordo José Manuel Rodrigues com Miguel Albuquerque. Ressalva, o acordo foi José Manuel Rodrigues e Miguel Albuquerque porque nenhum dos dois comunicou nada aos seus partidos, foi assim que Cunha ficou apeado e o CDS não teve secretarias. Prosseguindo, naquele interesse do Cunha havia uma soma de maioria absoluta de 24 deputados a eleger, porque José Manuel Rodrigues tem anti-corpos por todo lado, vistos na primeira eleição. As 3 eleições mostram que até parecem sondagens com intervalos de minutos, como mudam consoante as pressões e o medo.

Miguel Castro, se fosse inteligente, faria eleger Cunha e Silva, embarcava numa solução que colocava o CDS, que é seu concorrente, fora de combate, mostrava a sua força, derrotava a solução de Albuquerque, deixava-o em fraqueza política ao ponto de ter que se retratar, colocava o PSD a ter que pensar interiormente desviando os focos para o mesmo. Aí sim seria "Albuquerque não" sem ónus, tudo isto seria antes de haver candidatos formais e José Manuel Rodrigues nem aparecia.

Será que esta explicação me permite dizer que o Chega tem mulas não confiáveis? É assim que se explica que o Chega pode ser chavões mas nunca terá uma atitude de meter ordem na alegada corrupção. Miguel Castro viabilizou o indivíduo que viabilizou o governo PSD do "Albuquerque não" e agora já mastiga na posição de força no Orçamento. A coerência do Chega sempre foi medíocre e acabará culpado por má gestão política.

As eleições e estes episódios foram boa sementeira para um partido, dois se num mudar de líder e se unir, porque há apetência para a alternância mas não com alguns elementos da oposição.

Enviado por Denúncia Anónima
Quinta-feira, 6 de junho de 2024
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