E stou a presenciar algo que não admira ninguém e é um reforço do que já percebemos todos. Os jornalistas da Madeira são largamente do PSD e jogam em seu favor, inclusive participam nas narrativas que são do interesse do PSD. Nesta noite vi duas situações que acumulam a outras que ocorreram durante o dia.
Registe este momento, no dia depois das Eleições Regionais, dia 27 de maio (e noticiado pelo DN no dia seguinte) (link), o "PS e JPP procuram apoios para maioria alternativa", creio que não é preciso dizer que é a posição mais extremada e contrária à posição do PSD, portanto, os dois partidos estão contra a Governação do PSD (a nomeação de Albuquerque para constituir Governo) e naturalmente contra o programa e orçamento da Região inerente. SIGNIFICA que, a 27 de maio, o PS e a JPP já se posicionaram a votar contra o programa e orçamento do PSD.
Manda a responsabilidade, dos dois, PS e JPP, verificar se o PSD começa a perceber que não tem posição de força, com a maioria relativa, para "mando, quero e posso" com um programa e orçamento que só quer saber da aprovação dos partidos da oposição sem alterar uma linha.
É preciso queimar a etapa de ler e verificar o programa que o PSD vai apresentar. Imagine-se que o PSD, cinicamente, não substituindo Miguel Albuquerque por outro presidente, decide fazer um programa com as propostas de PS, JPP e Chega. Qual seria a razão de chumbar o Programa/Orçamento mesmo existindo o arguido-fugitivo? O que estão a votar? O Programa/Orçamento ou o indivíduo? É o Programa/Orçamento porque o indivíduo foi viabilizado pelos eleitores nas eleições do domingo, 26 de maio. Isto de mandar papaias e se esquecer deste pormenor é desresponsabilizar os eleitores que elegeram o PSD com um candidato cabeça de lista que tem a Justiça à perna.
Por uma razão de estratégia política, observei no dia de hoje, alguns partidos a tentar baralhar ou esquivar-se das responsabilidades, o PSD (que a JPP pode se abster, desejo deles), o PS como que se a desviar do ónus, o Chega que falhou e traiu com a eleição do Presidente da Assembleia e agora quer recuperar do desastre mediático, os maiores partidos da contenda, no interesse de jogar para a JPP as culpas.
As verdades são estas:
- A 26 de maio, o eleitorado quis com 49.103 votos, correspondente a 36,13%, que o PSD-M governasse com o Miguel Albuquerque à frente, Aprovaram e legitimaram o PSD e Miguel Albuquerque. Contudo não foi uma maioria absoluta.
- Por essa razão, a 27 de maio, o PS e a JPP tentaram através da soma de 11 mais 9 deputados (20) que o PSD não fosse indicado a fazer Governo. Aí, o CDS junta-se ao PSD formando 2 + 19 = 21 deputados, e rapidamente o PSD é indicado pelo representante da República a formar Governo.
- Ninguém da oposição aceitou o chamamento do PS e JPP para o seu acordo. Alguns gozaram, mas esquecem-se que os dois partidos marcaram posição que agora os iliba.
Julgo que Albuquerque vai esticar toda a corda a ver se tem salvamento, no limite desiste para o PSD apresentar outro Presidente do Governo, porque sem o Miguel Albuquerque o Chega aprova o Programa/Orçamento.
Porque é que temos de usar o Correio da Madeira para ter transparência? Porque os jornalistas na Madeira são PSD. Uma entrevista que vi esta noite da RTP-M fez-me colecionar mais um jornalista do PSD.
O programa completo, Em Entrevista - RTP-M 11-6-2024 (link)
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