Um testemunho para a História e um apelo: Basta de bast(ardos)!
Testemunho:
"Mea culpa, mea tão grande culpa!
Corria o ano de 2019, nas redes sociais apanhei uma publicação sobre a formação de um novo partido e fiquei curioso, essa curiosidade foi sobretudo porque um dos temas e princípios era o combate a corrupção na esfera política nacional, a corrupção mata e destrói um povo um país e os mais elementares princípios de honestidade e direito digno da vida.
Enviei uma mensagem a responsável por esse post, pedindo que gostaria de ser esclarecido, tal responsável encaminhou-me para um escritório em Lisboa, assim fiz, bati a porta de um 7 andar na Almirante Reis, fui recebido por dois Senhores os verdadeiros ideólogos do futuro partido, fui esclarecido da ideia e aderi de imediato, a saída por coincidência entrava André Ventura, figura que desconhecia mas muito popular num mundo que não me interessa, o futebol, cumprimento troco meia dúzia de palavras e vou a minha vida.
Tempos depois, talvez duas semanas volto ao escritório de Lisboa e assino a petição para a formação do partido e volto a encontrar Ventura, desta vez pediu-me para assim que chegar a Madeira me encontrasse com dois seus amigos e fiéis seguidores, assim foi, combinamos criar o Chega Madeira, o entusiasmo era grande o esforço enorme, mas lá conseguimos, convidamos e convencemos várias pessoas muitas que ainda hoje nutro grande amizade e apreço.
Estávamos a criar um grupo decidido a acabar com a maléfica corrupção onde a região era e é algo mais parecido com a Camorra do que uma governação de bem.
Nesse mesmo ano fui ao primeiro congresso do Chega em Lisboa no auditório do IPMA, era o filiado número 41 se a memória não me trai, a meio do congresso Ventura chama-me a um pequeno gabinete e pede-me encarecidamente para assumir o cargo de líder do Chega Madeira, o qual recusei 3 vezes só a quarta vez aceitei, deu-me também um cargo de vogal na direção nacional.
A minha única filiação anteriormente foi no longínquo ano de 1975, no Partido da Democracia Cristã, nessa época nem idade tinha para votar, como todos sabem era o partido mais à direita do pós 25 de abril e por essa razão foi extinto.
Acredito na maior parte dos ideais de direita, a livre concorrência o afastamento do estado em relação ao cidadão exceto os incapazes e os incapacitados que terão de ter todo o suporte do mesmo, isto é um pequeno exemplo de muitos.
Na minha vida grande parte dos meus amigos tinham outras convicções políticas e isso nunca foi impedimento para a nossa amizade e convivência comum.
Voltado ao tema Chega, e porque era o presidente do partido na RAM passei a receber centenas de mensagens por dia, na grande maioria denúncias de corrupção vindos de todos os lados da sociedade na região, fui inovador nalguns temas, os conselhos de ilha como nos Açores, instrumento importantíssimo para uma democracia participativa, exigia a diminuição do número de deputados 2 por concelho, pedia a diminuição do peso político na região assim como as regalias da maior parte dos responsáveis pela governação, o fim de um palácio para o presidente do governo, o fim do representante da república e o fim das mordomias e da soberba para quem serve a população e a extravagância de construção de uma cadeia nas ilhas selvagens para políticos corruptos que lá deveriam trabalhar para a sua sobrevivência.
O partido a nível nacional estava recheado de pessoas fantásticas na sua maioria, era quase uma família termo que nunca gostei mas reconheço a sua proximidade ao que se estava a passar, contudo logo no início os verdadeiros ideólogos saem do partido em choque com Ventura, e outros se seguiram, a ambição de Ventura é desmedida e não olha a meios para a sua subida no partido e socialmente.
As denúncias de corrupção na RAM caiam em saco roto e nem eram do agrado de Ventura, ele achava e acha que o Chega deve fazer parte do governo da RAM com o pretexto de combater a corrupção por dentro, na realidade é um falso pretexto, o que lhe interessa mesmo é aceder ao poder a todo o custo, a nível nacional perguntei como estávamos a ser financiados nunca obtive uma resposta directa mas nos ouvidos sussurram coisas inadmissíveis para a minha personalidade, fui ameaçado para não dizer mal de Albuquerque e seu 'gang', o mal estar agudiza, não era o partido que fiz nascer e que investi alguns milhares nunca ressarcidos, o Chega aceita elementos de todos os quadrantes desde o BE, PCP e extremistas, racistas entre outros imbecis que acham serem a raça pura num país que mais se misturou no mundo.
Saio do Chega e ainda bem, que alívio, ainda tentei ajudar a criar outro partido juntos dos mais válidos que entretanto deixaram o Chega.
Hoje em dia o Chega deixou cair por terra todos os princípios que o fizeram nascer, no caso da Madeira é assustador e diria mesmo arrepiante, o impasse político pelo facto do PSD Madeira ter perdido a maioria absoluta mesmo com o apoio da sua sucursal chamada CDS, só lhe resta o Chega para dar continuidade ao mais vil governante nos 600 anos da história de vida deste arquipélago.
O líder e gangster da região, o arguido e maquiavélico Miguel Albuquerque, resolveu todos os lados, aqui a consciência compra-se e todos recebem, desde a estrutura local á estrutura nacional incluindo André Ventura, as negociações são simples mas resultaram no seguinte;
O chega exige a saída de Albuquerque para aprovar o programa do governo regional, sabe que Albuquerque é o mais reles e baixo que existe na política.
Albuquerque não aceita, seria o seu fim e entrava directamente para a cadeia, tal qual o seu grande amigo Pedro Calado, a justiça está à espera do momento certo.
Assim sendo e isso já foi reconhecido pelo ambicioso líder local do Chega, a votação será contra, mas um dos deputados vota a favor (já reconheceu que não tem mão nesse deputado)
E assim tudo continua na mesma, os dotes são distribuídos por todos e por mais uns novos.
O governo continua frágil e Ventura vai dar ordens para deitar abaixo tal qual fez nos Açores cujo resultado foi o aumento do número de deputados, mas no caso da Madeira é diferente os eleitores são na maioria gente farta de 48 anos da mesma tribo na liderança da RAM e o tiro vai sair pela culatra".
Apelo
Faço parte de uma das 4 gerações que Alberto João Jardim, qual cipreste, "secou", uma parte das quais (as que não se "copularam" às benesses de um poder que iam sentindo cada vez mais injusto e ao serviço dos oligarcas, ao ponto de avançarem com aquela desculpa esfarrapada: "a culpa não é de Jardim mas de quem este deixou-se rodear"), tendo sempre orgulho nas suas raízes e ancestralidade madeirenses, tem feito uma demasiado longa travessia do deserto, aguardando por um D. Sebastião regional que, a bem da verdade, nunca existiu (muito menos saiu para lutar).
A "maioria silenciosa madeirense" (também expressa numa indesmentível abstenção que torna todos os partidos minoritários e sem qualquer legitimidade para governarem em nome de todos) - na qual essas 4 gerações se integram - merece que se continue a equacionar alternativas ao 'gang laranja do multibanco dos contribuintes" e aos "vendidos" partidos da oposição.
Não podemos estar à espera que partidos com sede em Lisboa tenham a preocupação com uma reduzida percentagem do eleitorado escravizada nas nossas ilhas. O testemunho acima dará razão a este entendimento. Porque assim o exige a Constituição, um Partido nacional mas de base regional (tal como o JPP) - de base não socialista (porque o socialismo e social-democracia é, sempre, sinónimo de miséria e de clientelismo) poderia congregar aqueles que ainda têm uma ínfima esperança na mudança. E qualquer mudança faz-se da cidade para o Mundo, não o inverso.
O JPP - por maior que seja o mérito da sua actuação desde a sua criação (crescendo necessariamente com os erros, desmesuradamente expandidos por uma comunicação social propagandística ao serviço dos oligarcas) - cometeu (mais um) erro primário de uma (tentativa de) associação precoce ao Partido Socialista de um Paulo Cafôfo (ele próprio, desde os tempos do Município do Funchal, comprometido com os próprios oligarcas). Não caiu bem em muita gente. A não ser que a estratégia tivesse sido a inversa: um apoio (parlamentar do PS) a um governo do JPP com independentes: situação que talvez merecesse o apoio (também parlamentar) do CHEGA, já que o partido do Asterix de Gaula tem dado provas de denúncia da promiscuidade dos oligarcas na gestão do bem de todos (noção diferente de bem-comum, para quem perceba o alcance desta subtileza linguística).
Pessoas como o autor do testemunho acima reproduzido - certamente com meios financeiros próprios, ao ponto de continuar a ser credor do Chega - não devem desistir de inspirar uma alteração profunda aos (desorientados e em "falência moral" de quem manda nos) destinos da Região. Não é possível confiar em partidos do Continente (vejam o caso do PAN e do IL) cujos representantes locais (será que se consideram madeirenses?) acabam por prestar vassalagem ao poder corrupto laranja, o "gang do multibanco dos contribuintes".
É preciso um novo Partido Madeirense, ao estilo, por exemplo, de "4 C's": para as Contas Certas, de Combate à Corrupção.
Os artigos publicados no CM sobre Ajustes Directos (link) mostram que muito haverá a fazer. Sozinho, o JPP continuará a se um mero oásis neste deserto de pouca-vergonha e falta de integridade. Nem podem os madeirenses correr o risco de um novo partido único de inspiração regional, na fase pós implosão laranja, que as hienas querem a todo o custo prolongar.
Fica o apelo, ao autor e a todos quantos queiram (em nome das gerações de que sejam ascendentes e honrando a memória dos que já não sobrevivem nesta escravatura amordaçada, ao modo das senzalas dos "coronéis" brasileiros) voltar a acender a sua ténue luz interior de esperança numa vida melhor para todos e para que os nossos jovens não sejam obrigados a sair das nossas ilhas, em prol dum futuro melhor.
Pior do que chega (palavra irremediavelmente perdida) é tempo de dizer (da Madeira para a Madeira): Já BASTA! De basta(rdos)!
Enviado por Denúncia Anónima
Domingo, 30 de junho de 2024
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