N o seguimento de artigo recente (link), a propósito do investimento no Futebol Profissional, juntamos um quadro que analisa, por jogador e no total, a valorização do investimento realizado pelo Sporting Clube de Portugal, nos jogadores que compuseram, nesta época de 2023/24, o plantel que foi campeão nacional de futebol.
Assim, para um investimento global de cerca de 133,5 Milhões de Euros podemos verificar uma valorização de 134%. Mesmo considerando a desvalorização de 5 jogadores.
O mesmo que dizer: cada euro investido vale 1,34.
É justo acrescentar que esta análise é meramente indicativa: não considera a performance da "carteira de activos leoninos" nas épocas anteriores. E, em bom rigor, dever-se-ia ter começado coincidindo esta análise com o início do mandato de Frederico Varandas na SAD do Futebol do Sporting para termos a real noção do custo-benefício. Uma vez que as valorizações e desvalorizações dos activos desportivos estão necessariamente associados às performances desportivas, individuais e colectivas e, apesar dos 2 títulos de campeão em 4 épocas, na realidade este mandato começou em 2018; nem tudo foram rosas...
Mas dá para ter uma noção aproximada da realidade, na certeza de que os valores actuais (os de aquisição do passe do jogador e o da valorização actual do mercado, à data de hoje) estão correctos.
Só para essas "mentes brilhantes" das secretarias regionais e gabinetes terem uma noção da dimensão das coisas.
Como curiosidade, de notar que, dos 21 jogadores, apenas 7 têm um custo de aquisição (ou zero) inferior ao "apoio" que o governo regional concede actualmente a uma equipa madeirense que participe na I Liga de futebol. Imagine uma equipa madeirense que queira ter a hipótese de lutar pelo título: acha que os 3 milhões do governo regional e mais 6 milhões de receitas próprias, por exemplo, do CD Nacional, são suficientes?
Não queremos com isto dizer que o governo "deve dar" dinheiro ao futebol profissional. Mas, se olhar para o futebol profissional como quem olha, por exemplo, para um Centro Internacional de Negócios (no caso, desportivo), pode assumir, em parceria com os privados e, também (viva, desta vez, a "democracia", o que não acontece no CINM) com as pessoas individuais, como nós, que queiram investir nem que seja 1 euro, a criação de um Fundo de Investimento em activos futebolísticos, o qual permita à Madeira ter 1 equipa competitiva na I Liga, de modo a lutar pelo título de campeão. Sabendo, pelo exemplo concreto dado (e não obstante o risco de qualquer actividade... menos as actividades monopolistas...), que poderá ver essa carteira de activos valorizada em 134%. É um Fundo de capital de risco, como qualquer acção cotada em bolsa.
Esses títulos são transaccionáveis e os seus titulares não interferem com a gestão dos fundos, muito menos se intrometem nos destinos do Clube que gere o mesmo. Só faz sentido ser o Clube a gerir e não um burocrata de um qualquer funcionário público que passe a semana confortavelmente sentado no seu gabinete... Sem prejuízo do poder de supervisão nos termos gerais e da prestação de contas que qualquer Fundo está legalmente obrigado.
Por outro lado, esta será uma forma de evitar que privados entrem no capital social das sociedades anónimas desportivas, retirando (como disse - e bem - o presidente Rui Alves) a "alma" aos clubes que as criaram, dado que passaria a haver uma distinção entre associados de primeira (os accionistas de camarote) e os de segunda (os associados do Povo) e, com isso, o desânimo traduzido, eventualmente, em deixar de acompanhar o dia-a-dia do Clube. Veja-se o caso do Belenenses e da confusão da B SAD, que obrigou o primeiro a voltar aos Distritais de Lisboa.
E já é um mal que os associados, numa assembleia geral de Clube, não possam falar de futebol, o qual passou para uma figura/pessoa jurídica chamada SAD, sendo que tal é um argumento "de algibeira" de um qualquer "chico-esperto" presidente da Mesa da Asssembleia-Geral para tentar evitar polémica... Mas isto são contas de outro rosário.
Já que parece que foi prometida uma "conversa" entre o presidente do CD Nacional e membros do Governo (voltamos a sugerir a presença do secretário do Turismo e não apenas o da Educação, que terá uma visão mais limitada da realidade), deixamos como sugestão esta temática, como contributo para um reenquadramento de conceitos a respeito do futebol profissional, pois que um qualquer governo dito competente, mais do que governar deve... inovar.
Se voltarmos a olhar para o quadro apresentado, imaginando o governo regional a investir 100 milhões de euros em jogadores que valorizassem 134%, poderia vender os seus títulos por 134 milhões, tendo uma margem de lucro de 34 milhões. Com 3 operações destas, estaria coberto o prejuízo da Marina do Lugar de Baixo (crédito que os contribuintes madeirenses detêm sobre aqueles que, a qualquer título, promoveram a gestão pública danosa desta situação)...
Finalmente, o raciocínio dos Fundos pode ter uma variante para quem não queira ou não possa investir, inicialmente, em montantes tão elevados. Bastaria transformar o passe desportivo de cada jogador, ele próprio, num sub-Fundo autónomo.
Pela Cruzada Alvi-Negra
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