A saga política de Paulo Cafôfo é, no mínimo, uma tragicomédia que se desenrola no palco da incoerência. Observamos a mais recente cena com um misto de incredulidade e diversão, como quem assiste a um daqueles filmes em que o herói aparece tarde demais para salvar o dia, mas ainda assim tenta roubar os aplausos finais.
Vejamos, Cafôfo, o homem que agora se apresenta como um defensor fervoroso da necessidade de meios aéreos para o combate aos incêndios, parecia ter dormido profundamente durante o tempo em que o Governo da República, liderado pelo seu partido, detinha as rédeas do país. Só agora, com a mudança de governo, é que o alarme tocou? Será que, subitamente, uma iluminação divina lhe revelou que os meios aéreos são essenciais? Ou talvez a mudança de maré política tenha acordado um interesse até então adormecido? Porque, afinal, quando tinha influência direta sobre as decisões em Lisboa, a necessidade destes meios parecia ser, para ele, um eco distante, uma nota de rodapé na vasta lista de prioridades.
E não podemos esquecer o episódio digno de um filme de suspense: Paulo Cafôfo, herói da última hora, aparece na Serra de Água… seis dias depois do início dos incêndios! Uma entrada tardia em cena que faz qualquer espectador questionar: onde esteve ele durante o clímax da crise? Talvez num retiro estratégico, calculando o momento exato para fazer a sua aparição, quando as chamas já se dissiparam e a poeira começava a assentar. É curioso como certas figuras políticas parecem ter uma habilidade quase mágica para aparecerem quando o perigo já passou, prontos para posar para as câmaras e lançar declarações de grande impacto.
E é assim que assistimos a mais um ato deste teatro político, onde as ações – ou a falta delas – falam mais alto que as palavras. Paulo Cafôfo, em mais uma tentativa de se manter relevante, faz-nos lembrar daquele colega que só se junta ao trabalho de grupo na reta final, mas quer garantir que o seu nome aparece na capa. Resta-nos rir da ironia, enquanto observamos o desenrolar de mais um episódio onde o oportunismo parece ser o verdadeiro protagonista.
Enviado por Denúncia Anónima
Segunda, 19 de Agosto de 2024
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