UMa: Ajustes Diretos e Subsídio de Insularidade.


19 de agosto de 2022. Um dia que ficará para sempre gravado na história da Universidade da Madeira – não pelas conquistas científicas ou académicas, mas por uma transação que fez muitos olhos arregalar e sobrancelhas levantarem.

N esse dia mágico, o ilustre Guilherme Henrique Valente Rodrigues da Silva, um nome digno de uma telenovela ou, neste caso, de uma épica saga de ajustes diretos, recebeu nada mais nada menos do que 99.000,00 euros da nossa querida UMa. Sim, leu bem, não são 9 mil, nem 90 mil... são 99.000,00 euros! Quase como se fosse para manter a coisa abaixo dos seis dígitos, sabe como é, para não dar nas vistas. Genial, não?

O motivo? Aquisição de serviços jurídicos, claro. Porque, aparentemente, a Universidade da Madeira – uma instituição que forma os melhores cérebros da ilha (ou pelo menos os que não emigram para o continente) – não tinha outro remédio senão recorrer ao Guilherme para resolver os intricados desafios legais que, quem sabe, envolvem tentar manter os computadores a funcionar ou descobrir como pagar contas de luz sem falir. Porque, como todos sabemos, não há advogados competentes na ilha, nem alunos de Direito com talento suficiente para ajudar. Não, senhor. Era preciso chamar alguém com calibre – e uma fatura de 99 mil euros.

O melhor de tudo? Foi um ajuste direto, Regime Geral! Porque, claro, num mundo onde a transparência é sobrevalorizada, para quê perder tempo com concursos públicos ou a competição saudável entre propostas? É tão mais simples e conveniente fazer tudo na calada da noite, com aquele toque de mistério que só o ajuste direto consegue proporcionar. Afinal, não queremos burocracia a atrapalhar o bom funcionamento da universidade, não é?

Agora, vamos ser honestos, há algo quase poético nesta transação. É como um grito silencioso da universidade, dizendo: "Sim, temos 99 mil euros para gastar em serviços jurídicos. E vamos fazê-lo com estilo!" Talvez até tenha havido uma reunião solene onde alguém, com uma poncha na mão, disse: “Ora, precisamos de uma solução jurídica para... bem, não sabemos ainda para quê, mas de certeza que vamos precisar!”. E assim, Guilherme Henrique Valente Rodrigues da Silva apareceu para salvar o dia – e, claro, salvar também a sua conta bancária.

Então, o que aprendemos com esta história? Que a insularidade tem os seus custos, claro, mas nada que um ajuste direto de 99 mil euros não resolva. Afinal, não se pode esperar que as leis na Madeira funcionem por si só, nem que as instituições públicas façam escolhas sensatas e ponderadas. Para isso, existe o regime dos ajustes diretos, ou como gosto de chamar, a “poncha financeira” das administrações públicas: um gole de irresponsabilidade e dois cubos de gelo de falta de vergonha.

Parabéns, Universidade da Madeira. Parabéns, Guilherme. Esta é a história que a ilha merece. Não há dinheiro Sr. Reitor?

A 19 de agosto de 2022, Guilherme Henrique Valente Rodrigues da Silva (PSD, próximo de Alberto João Jardim, Miguel Albuquerque, Jaime Ramos, João Cunha e Silva) recebeu 99.000.00 euros da Universidade da Madeira em ajustes directo-Regime Geral (0004-22-R-ADG-TJ - Aquisição de serviços jurídicos para a Universidade da Madeira).

E o subsídio de insularidade?

Enviado por Denúncia Anónima
Segunda-feira, 23 de Setembro de 2024
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