D urante 49 anos, o poder (e mais recentemente o press power) tornou-se ditadura e criou à sua volta dependentes que, mais do que prestar serviços, prestam fretes. Se auxiliarem o poder, eles estarão bem da vida ... o resto que se lixe: os madeirenses.
O Rali Vinho Madeira, que não existiria sem apoios do Governo Regional, é uma prova regional com convidados estrangeiros, para não parecer mal, e decidiu fazer outra prova, esta de vida, colocando-se em bicos de pés para convencer os não fanáticos do automobilismo de que não consome fortes recursos financeiros públicos para uma "festa de elites". O Rali Vinho Madeira quer justificar os subsídios com supostos retornos, quer ser grande, mas tornaram-se regionais. Portanto, essas métricas de retorno tem muito que se diga. Mas, em abono da verdade, até agora tudo legal, apoios e serviços explícitos de algumas câmaras e de empresas do regime, para além do já focado dinheiro do GR. Não tem sido como a "equipa do Calado" (comentários e despacho: link) a receber luvas de negócios públicos ganhos para essa função: fazer ralis. Agora constroem à "vistas" de todos no caminho de Santo António. O dinheiro do RVM é ético, de moral numa terra pobre fica a discussão para depois.
O madeirense não consome notícias, consome narrativas e justificações para manter tudo como está, para muito mais do que meia dúzia, porque na Madeira quase nada é viável sem dinheiro do Governo Regional, sobretudo para aqueles que orbitam no orçamento regional.
É aqui que começamos a falar de "métricas" e constatar as muitas coincidências. Estas contas de merceeiro, para enganar burros, só têm palco na Madeira, até porque os fanáticos e seguidores disto e daquilo alimentam-se destes expedientes... em vez de dinheiro na algibeira para fazer face à carestia que faz emigrar.
Contabilizar o que "gera" o rali com base nas "notícias" que vão aparecendo nos sites da modalidade e nos jornais, como se as peças fossem espaço de publicidade é uma das burlas de algibeira que só mesmo nesta terra. É uma narrativa win-win do Rali e da Pressa Power.
O rali "gera" 10,6 milhões virtuais para ir buscar margem ao Governo? Porque vive ligado às máquinas? Porque vive necessitado de injeções de dinheiro público de governo e autarquias para sobreviver? Então não é um colosso? Mas não gera receita? Ahh é a tal economia de meia dúzia que ninguém quer contribuir mas só "mamar"... o GR que pague.
Se esta lógica de quarta classe da suposta "empresa especializada" Press Power (basicamente são uns tipos de Santa Cruz que fazem recortes de jornal), fosse aplicada às ações judiciais que a Madeira tem sido alvo, contabilizando cada notícia e cada manchete em jornais nacionais e internacionais como publicidade, com toda a certeza que teríamos títulos como:
"INVESTIGAÇÃO À CORRUPÇÃO NA MADEIRA GERA 300 MILHÕES DE RECEITAS PARA OS COFRES DA REGIÃO"
Então é seguir a corrupção porque dá receita. Investigando a Press Power, só com elementos públicos, concluímos que até parece o carrossel do Drumond. As ligações perigosas com o regime já vêm de longe:
- Notícia Funchal Notícias 14 de outubro de 2017: "Ligações perigosas tramam secretários: Eduardo Jesus em mais ajustes diretos ao “clipping” com Sérgio Marques também a assinar" (link)
O contrato que suscita mais dúvidas está datado de 28 de julho de 2016, “procedimento por ajuste direto, com consulta, para aquisição de serviços de clipping para o senhor secretário regional-n.º12/GAB/2016″. Um acordo de um ano para a empresa privada “Press Power, Unipessoal, Lda, representada por Francisco de Luís Freitas, com sede no Caniço, num total de 17.539 euros, a acrescer o pagamento do IVA. Curiosamente, o primeiro outorgante deste contrato é “Mário Sérgio Quaresma Gonçalves Marques”, o então secretário dos Assuntos Parlamentares e Europeus, também número dois do governo, mas que assina o contrato “na qualidade de Secretário Regional da Economia, Turismo e Cultura, e em representação da RAM, com suficiência de poderes de representação…” (link)
Desde 2018 já levou da Vice Presidência e da Secretaria das Finanças, primeiro com Pedro Calado e depois com Rogério Gouveia, 487 mil euros, além de contratos regulares com a Associação de Promoção da Madeira, com a ARM e com o IVBAM.
Tudo feito em sistema de Consulta Prévia com recurso a um "carrossel de empresas" que apenas dão o nome para não apresentar propostas. Um esquema em tudo equivalente à investigação em curso a Humberto Drumond com as suas empresas do universo Dupla DP, utilizado para financiamento ilegal do PSD Madeira.
- Para consulta: link
Recentemente houve outra referência da mesma empresa. Afinal a PRESS POWER, além de estudos especializados para o impacto económico do Rali Vinho Madeira, também apresenta proposta para a organização de viagens à Venezuela. A Madeira tem uma bolsa de empresas de Regime que "ora ganhas tu, ora ganho eu" e estamos todos felizes, se aparecer um ARMAS ou um LIDL damos-lhes um chute.
A métrica do Rali Vinho Madeira, foram amigos que se auxiliaram em narrativas para fazer crer uma força e projeção que não se tem, para garantir os subsídios, porque sem eles, não há métrica que valha!
A Press Power, é uma empresa criada por Francisco de Luís e Freitas Santa Cruz em 2014, comprada pela empresa Cosmoplenitude outra empresa do mesmo Francisco Luís Freitas com a sua mulher.
Ampliar:
Segundo o FN em out 14, 2017 - 7:29:46 AM:
A saída de Eduardo Jesus do Governo – com o próprio a assumir que foi dispensado por Miguel Albuquerque – tem vindo a ser também justificada ao FN pelas “ligações perigosas” do secretário cessante, nomeadamente por via dos ajustes diretos que suscitam muitas dúvidas. Sérgio Marques também não escapa às críticas.
(agora é a sociedade de advogados aos milhares, a da Covilhã, mas já estão todos sujos, deixa estar)
O Rali Vinho Madeira usou a bolsa de empresas dos esquemas do regime para justificar o retorno dos subsídios, até porque é conveniente para a sobrevivência de ambas. A Madeira é uma economia de amigos com um Governo para amigos. O orçamento regional é para amigos, o PRR é para amigos, mas os madeirenses nunca são amigos.
Pelo exposto, tire as suas ilações.
Enviado por Denúncia Anónima
Terça-feira, 15 de Outubro de 2024
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