A té eu que sou prá-frentex, fiquei envergonhada ao ver tamanha exibição de baixaria num palco (link). há dias atrás apareceu um vídeo a circular na internet, do espectáculo de um cantor brasileiro radicado na Madeira. O pior é que ao lado do tal cantor, estava um casal a simular relações sexuais. E ele manda parar e depois a coisa continua, como se aquilo fosse normal. Numa festa religiosa, com crianças, adultos, idosos a assistir. O dito cantor (vamos chamá-lo Toni de Belo) depois vem pedir desculpa e admite o erro. Mas só o faz pelas reações que o vídeo gerou.
Mas isto levanta uma questão mais profunda: até que ponto vale tudo nos espetáculos dos artistas? Veja-se na Madeira. Um põe um casal a simular sexo; o outro leva a mãe para o palco, explorando a imagem da senhora e aproveitando-se das emoções do público; o outro passa com carros por cima de pessoas e depois vem chorar a dizer que conta com o apoio dos fans; há outro que roubou uma música ao seu ídolo para ganhar dinheiro com ela; registam canções que não são suas e as autoridades não fazem nada. Será que a música pimba está ligada a transtornos mentais? Ou será que a qualidade da música atrai este tipo de comportamento degradante e deplorável?
E o problema vai mais longe: há gente que contrata estas pessoas para animar as suas festas. E o povo ri-se deles mas vai lá ver e canta as letras, que são sempre sobre os mesmos assuntos: sou um emigrante e tenho saudades de casa, ela gosta do meu pau, o meu pai é o maior, a minha mãe é que fez de mim o que eu sou, e por aí fora.
Levam para cima do palco bailarinas que parecem sacas de abóboras a rebolar-se como se não houvesse amanhã, com cara de quem está desejando sair dali. Mas há sempre alguém que contrata porque a cultura não interessa. O que interessa é ser rafeiro e dar ao povo o que ele quer.
E ainda podemos ir mais longe e perguntar se isto é a nova cultura. Se for, estou farta. Vou emigrar. Mas nem assim me livro deles. Depois de andarem de banda atrás a explorar músicos o verão todo, no inverno vão para as comunidades portuguesas sozinhos (e a banda fica em casa, porque os músicos não comem no inverno), se encher de dinheiro e levar esta cultura podre onde alguém lhes quiser pagar.
A pergunta final, que penso que vai ficar sem resposta é: de quem é a culpa?
Enviado por Denúncia Anónima
Quarta-feira, 16 de Outubro de 2024
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