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Há muita gente a comunicar, mas as autoridades estão no seu mundo. |
O estigma de quem é vítima de violência doméstica e de violações físicas (e o desdém com que as mesmas são tratadas em sede judicial e policial) é de tal ordem nesta terra que poderá justificar o desespero de alguém ter deixado escrito, numa parede do centro da cidade do Funchal (na travessa do Cabido, atrás da Sé Catedral), a acusação como a que consta na imagem.
Tirei a foto antes que se verifique o hábito de esconder para debaixo do tapete os problemas e apagarem esse "grito de alerta". Afinal, a actual política é transformar o Funchal num resort de luxo e de acesso restrito (com preços proibitivos para os locais), só faltando a Licinha encarnar de Alice na ilha das Maravilhas, fazendo, assim, concorrência àquela Alice que vive no Palácio de São Lourenço e que acha que na Madeira se vive bem.
A ser verdade tal escrito, esta situação é lamentável; e como ainda creio que o crime de violação tem natureza pública, quer aquele, quer este artigo podem (devem) servir de base a uma acção de investigação por iniciativa oficiosa do Ministério Público, da PSP ou da Polícia Judiciária.
Paralelamente, isto levanta outras questões, a principal das quais a idoneidade das pessoas que conduzem transportes individuais de passageiros, cuja certificação exigiria, no mínimo, a realização de testes psicológicos preliminares ao licenciamento para o exercício dessa actividade.
Mais ainda quando os industriais do Táxi contratam alguém ao serviço, de modo a manter a operacionalidade das suas viaturas nas 24 horas diárias e 365/6 dias anuais. O mesmo se diga do TVDE, pois já há registo de ocorrências do género no Continente.
Não sei que fim levou a polémica em Lisboa a respeito de utilização de câmaras de vídeo-vigilância no interior dos táxis, em especial para segurança dos taxistas. Se passou a ser permitido ou não. Agora, tratando-se da segurança dos próprios clientes, acho que um debate sério e desapaixonado teria plena justificação.
A todos interessaria ter uma garantia mínima de segurança (a qual jamais será absoluta), a começar pelos Pais que deixam as suas filhas e filhos saírem à noite e regressarem de madrugada a casa, até aos patos-bravos travestidos de hoteleiros da Madeira Nova, pois qualquer estrangeira poderá estar sujeita a tal barbárie, passando pelo Secretário Regional do Alojamento Local e Estatística, atentos aos sérios danos à imagem do destino (acrescidos tendo em conta a porcaria que tem sido permitido deixar fazer) que uma situação eventual que aqui se alerta poderia suscitar. E nem os prémios internacionais alegadamente pagos para melhor destino poderiam branquear.
Eduardo Jesus tem o pelouro dos transportes terrestres, assim cabe-lhe, nem que seja a título moral, o dever de agir (em vez de fugir) na prevenção. Não esquecendo que, atendendo à atribuição desta competência, é o primeiro responsável político na área em (no caso, mal) apreço para com os madeirenses, os quais também utilizam transportes privados de passageiros com condutor.
Caso fosse a sua filha a vítima (e oxalá não seja, são os votos sinceros) decerto já teria saído do conforto do seu gabinete e arregaçado as mangas para (finalmente) trabalhar.
Quanto à pessoa mais importante nesta situação toda, a alegada vítima, oxalá recupere e ganhe força para passar dos murais para as instituições de justiça, as quais devem também habituar-se a olhar para quem clama pela mesma como seus patrões e delegantes do seu poder de soberania. Mesmo sendo patas rapadas.
P.S. Um pedido ao CM: se houver alguma hipótese de o vosso site reconfigurar a língua portuguesa utilizada (passando do português do Brasil para o nosso; e de preferência antes do "socretino" acordo ortográfico, o que neste caso será mais difícil) ficaria grato. Pois que palavras escritas correctamente motivam os alertas vermelhos de erro, o que, a páginas tantas, acaba por suscitar dúvidas básicas de escrita. Um abraço de gratidão por esta vossa iniciativa.
Nota do CM: Autor, é o único português que temos infelizmente no sistema. Portugal deveria se insurgir com isto, mas ninguém liga, é assim que nos sentimos invadidos por todo o lado... com consequências políticas. Tentamos resolver algumas coisas manualmente tal como os erros de telemóvel, mas é um trabalho que sempre escapa algo com o expediente que temos. Temos em mente melhorar, vamos pesquisando. Agradecidos.
Enviado por Denúncia Anónima
Quinta-feira, 10 de Outubro de 2024
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