Como sair honrosamente de um cargo político com uma acusação de corrupção (Manual Prático)


A política, um palco de dramas dignos de uma novela mexicana, com atores que nunca esqueceram como mentir com convicção. E o que dizer de um político alegadamente acusado de corrupção? Para muitos, é o fim da linha, mas para os mais engenhosos, é apenas o início de uma nova oportunidade para "reformar a sua imagem" e, claro, evitar a reforma prisional. Se está nessa situação, caro político, não desespere! Siga este manual para sair com a cabeça erguida... ou pelo menos tão alta quanto a sua conta na Suíça.

Primeiro, lembre-se: o povo adora um mártir, especialmente um que chora em público. Apareça na televisão com os olhos marejados (lágrimas de cebola servem se a emoção não vier naturalmente). Diga que está a ser vítima de uma "cabala política" ou de "forças ocultas". Utilize frases vagas como:

  • "A verdade virá ao de cima."
  • "Estou de consciência tranquila."
  • "Faço isto pela minha família... e pelo povo!"

Com sorte, até os que nunca votaram em si vão começar a acreditar que, afinal, é apenas mais uma vítima do "sistema".

Invente um Projeto de Vida Alternativo. Nada diz "sou inocente" como um projeto pessoal que ninguém pediu. Diga que sempre quis "dedicar-se à agricultura biológica" ou "ajudar crianças desfavorecidas". Quem pode acusar um homem que sonha com galinhas felizes e rosas comunitárias de desviar fundos públicos?

Se possível, organize uma conferência de imprensa no meio de um campo de trigo, vestido com um colete de lã. É essencial parecer um homem simples e de valores. Ignore a ironia de chegar lá num BMW de luxo.

Culpe a Comunicação Social. Se as acusações forem graves, ataque quem as divulgou. É importante passar a mensagem de que os jornalistas são os verdadeiros vilões. Use expressões como:

  • "Não passam de julgamentos mediáticos!"
  • "Isto é um linchamento público!"

Lembre-se, o importante não é provar a sua inocência, mas sim gritar mais alto do que os seus acusadores.

Desista “Por Amor à Nação”. No momento de sair, faça um discurso inflamado. Diga que está a abandonar o cargo para "não prejudicar as instituições democráticas". É importante parecer um mártir, não um rato a abandonar o navio. Prometa que vai "lutar para provar a sua inocência", mas nunca diga como nem quando. Com sorte, daqui a um ano ninguém se lembra da sua cara.

Eis como pode sair de cena com um toque de nobreza enquanto todos tentam esquecer que os cofres públicos ficaram mais leves durante a sua gestão, MA. Porque, afinal, na Madeira, cair com estilo é uma arte.

Enviado por Denúncia Anónima
Quarta-feira, 27 de Novembro de 2024
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