Uma região mal frequentada


V ivemos tempos de valores equívocos e de ideais em desformatação, em que a vida pública tem vindo a ser marcada por pessoas sem méritos que se apoderaram despudoradamente do Estado e se aproveitam da coisa pública para atingir níveis de vida que não se compaginam com o seu mérito.

Uma pessoa não é a mesma depois de entrar no domínio político. É pior.

A política, transforma pessoas normais em canalhas, pois a ambição desmedida e a pressa em passar a perna ao próximo transforma aliados em rivais e amigos em inimigos. Alberto João Jardim, veio dizer que muita gente foi para o PSD para ter um tacho, outros vão para a política para poderem negociar benefícios com o PSD. A política regional é permeada por diversos grupos de interesse, cada um com suas próprias agendas. A pressão desses grupos é tão forte que influencia as decisões e as posições dos políticos, levando tantas vezes a uma mudança em suas prioridades. 

A exposição à corrupção e à desilusão com o sistema político leva a que os madeirenses hoje não acreditem em ninguém, o Albuquerque e os amigos são o que são, o Cafofo e a sua gente usa e abusa do PS em benefício próprio, o CDS é a moça do poder regional e o PAN nada vota sem cobrar o valor respetivo.

E assim hoje vemos pessoas que antes diziam maravilhas de outros a mostrarem uma postura intransigente e sempre crítica face aos seus opositores e uma postura tolerante face a esquemas duvidosos ou à margem da lei dos seus parceiros.

Então se basta as pessoas entrarem no mundo da política para alterarem a sua moral e comportarem-se de forma antiética, independentemente da idade, da situação sócio-económica e do partido com que mais se identificam para que é que servem os partidos? 

Para chegarmos a esta conclusão, basta analisar a postura do PAN (partido Adepto dos Negócios da Madeira.

Ponto 1 – a coligação do PAN com o PSD – onde o PAN desde 2011 se posicionou contra a perpetuação do PSD no poder 

Ponto 2 – o fim da carreira política de Miguel Albuquerque

Ponto 3 – a postura ziguezagueante do PAN

A pergunta que se coloca é o que levou pessoas alegadamente normais a se comportarem de forma mais antiética na esfera política em comparação com a esfera pessoal e se seriam mais tolerantes com os desvios morais cometidos por um político do que por um amigo. 

A política está a atingir um nível de degradação tal que hoje não se vislumbra alguém que tenha a capacidade de resistir às teias da corrupção. Estudos recentes dizem que basta entrar no mundo da política para que exista “uma antipatia genuína” pelo rival, como bem vimos na luta fratricida entre Manuel António Correia e Miguel Albuquerque, António Costa e António José Seguro ou Rui Rio e Pedro Santana Lopes. 

Na política o julgamento moral é politicamente situacional – as pessoas relevam rapidamente as transgressões dos seus e são mais propensas a comportar-se de forma punitiva e antiética em relação aos adversários políticos”.

São situações como estas que afastam as pessoas da política, pois os partidos transformaram-se em agências de emprego para pessoas que nas suas profissões não conseguem ter o destaque que gostariam nem a qualidade de vida que ambicionam, o que leva a que os políticos sejam vistos como “oportunistas”, estejam mais agressivos, num mundo mais mediático e os cidadãos estejam menos tolerantes. 

Será verdade que a política obriga-nos a fazer coisas que normalmente não faríamos e a tolerar coisas que normalmente não toleraríamos. 

A ambição pessoal tantas vezes traz à tona o que há de pior em nós, o que conjugado com a falta de empatia, de tolerância pode potenciar comportamentos e discursos menos tolerantes, sejam políticos de direita (ex. Carlos Rodrigues ou Sara Madalena pela hipocrisia), dos interesses (ex. Mónica Freitas ou Paulo Cafôfo por ambição) ou de esquerda (ex. Filipe Rebelo na Sociohabita e a sua licença sambática ou Carina Ferro por um lugar via partilha de leito), jovem ou velho, rico ou pobre, ou seja, cada vez mais a política parece transformar-se num antro em canalhas.

Enviado por Denúncia Anónima
Terça-feira
, 26 de Novembro de 2024
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