Albuquerque, o indesejado.


Albuquerque, após as eleições internas, teve o que pediu, mais uma oportunidade para governar.

R esultado: revelou uma incapacidade para unir o partido. Ao invés de criar consensos perseguiu militantes apenas por pensarem diferente. A intolerância democrática evidenciou incompetência de liderança interna e externa, pois a liderança evidencia-se no diálogo e na negociação. Não foi capaz de estabelecer pontes com a oposição e viabilizar o orçamento.   Regista uma continua falta de comparência para conversar com os adversários internos e externos. Seis meses volvidos persiste a instabilidade. E a causa tem um bom nome: Miguel Albuquerque.

Ausência de perfil para manter a presidência do PSD e do Governo Regional. Todos os partidos da oposição impõem um "Albuquerque Não!". Ou o PSD M entende, uma vez por todas a nova dialética democrática assente no parlamento, ou arrisca-se a nova vitória magra. De vitória em vitória até à derrota final.

Reconhecimento de que Albuquerque é a parte venenosa na equação. O PSD M tem vindo a decrescer sucessivamente os resultados eleitorais, tendo registado o pior resultado de umas eleições regionais na história da democracia. Arrogar-se vitorioso é demonstrativo de uma recusa em ver-se a evidência: a parte que ainda assegura as alegadas vitórias tangenciais é a história do PSD M , os créditos de AJJ e de todos os militantes que contribuíram ao longo de quase 50 anos e ainda trabalham para a social democracia. Se Albuquerque continua com a afronta autista de se arrogar com o crédito de um qualquer resultado menos negativo que tenha a coragem de ir a eleições sem a bengala do PSD M. Aí saberá quanto vale, zero. Acredito, tal como a esmagadora maioria dos militantes e madeirenses, que Albuquerque sem o partido nem ganharia as eleições para o condomínio do prédio.

E o PSD M também sabe que apenas vale (muito mais) sem Albuquerque. Sabem-no os dirigentes do partido, sabem- no os governantes e dirigentes e sabe-o o próprio Albuquerque, se ainda não colapsou.  Albuquerque, se ainda tiver alguma dignidade e sentido de responsabilidade pelo partido e pela Madeira, sai por sua iniciativa. Era o expectável depois desta estrondosa derrota no orçamento. A eventual resiliência que lhe era apontada transformou -se em desespero e vergonha alheia. Albuquerque parece o convidado indesejado bêbado que teima em não abandonar a cerimónia de casamento quando todos o querem por na rua. Seria preferível evitar o constrangedor vexame da expulsão pela porta das traseiras... a pontapé.

O PSD M ainda tem a derradeira oportunidade de honrar a sua história e inverter a situação procurando condições para reformar e unir o partido. 

Em termos práticos e sem rodeios, enquanto militante arrependido que até votou Albuquerque nas últimas internas, só vejo uma solução: Criar uma frente de salvação da social democracia regional, sem complexos, de verdadeira unidade, assumindo que não é tempo para procurar um Dom Sebastião que ninguém reconhece quando temos a solução que é Manuel António Correia. Um partido que sempre se arrogou ter os melhores quadros tem que aproveitar aquele que melhor posicionado está na atual conjuntura para ganhar o partido e, sobretudo, criar condições para um regresso à maioria absoluta e promover um excelente resultado nas  autárquicas. Unir com os verdadeiros sociais democratas.

Razões do sucesso de Manuel António Correia:

1.Tem o peso de ter tido o apoio de cerca de metade do partido, e, neste momento, com a conjuntura desgastante de Albuquerque,  já  representar a esmagadora maioria das preferências dos militantes.

2. Esteve afastado da política ativa, o que lhe atribui um estratégico distanciamento da atual trapalhada, com uma credibilidade que deve ser potenciada pelo PSD M para vencer;

3. Experiência governativa;

4. Reconhecimento público, credibilidade, empatia e liderança.

5. Experiência na liderança partidária: foi dirigente da JSD e do PSD M. Conhece a estrutura da organização pelo que é capaz de criar as melhores condições para o ressurgimento da força das bases, assente na valorização do militante e das estruturas locais. 

6. Defesa intransigente da Autonomia, dos nossos valores e da nossa história. É fundamental voltarmos a ter orgulho em ser madeirense e acabar com a decrépita imagem decorrente dum permanente clima de suspeição sobre a atual classe dirigente. É importante credibilizar os políticos e a política para desenvolver a Madeira em verdadeira estabilidade e não andarmos de eleições em eleições, semestralmente.

Enviado por Denúncia Anónima
Terça-feira, 10 de Dezembro de 2024
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