A máquina de propaganda da cúpula de Albuquerque começou a propagar a ideia nos jornais do regime de que não é possível destituir a atual comissão política “porque vai demorar meses e não há tempo”, “porque os estatutos não o permitem”, “porque seria suicidário”.
Comecemos pelo primeiro argumento, como qualquer pessoa de bom senso saberá, seria IMPENSÁVEL e ANTI-DEMOCRÁTICO que, estando nós a 20 de Dezembro (repito: 20 de dezembro!) com eleições regionais previstas para Março/Abril fosse impossível eleger uma nova comissão política do PSD. “Não há tempo”... Vamos a factos. Costa demitiu-se de Primeiro-Ministro a 7 de Novembro de 2023, a 9 de Novembro Marcelo convocou eleições antecipadas para 10 de Março de 2024. No meio disto (pasme-se!), o partido socialista conseguiu ter eleições internas a 15 e 16 de Dezembro e a 6 e 7 de Janeiro teve o Congresso. Alguma semelhança?
O país foi abaixo? Perderam-se os investimentos estruturais do país? Não, até diria que estamos francamente melhores. Marcelo marcou eleições de forma a permitir as internas do partido com maior representação parlamentar. Não o vai fazer quando tem os dois principais partidos na Madeira em convulsão e com a oposição interna de ambos os partidos a pedir abertamente por eleições?
Segundo argumento: “os estatutos não o permitem”. Os estatutos permitem a destituição e permitem eleição de novos órgãos, se não permitem então são ilegais e o Tribunal Constitucional deve averiguar como fez com os estatutos do Chega. Se os estatutos implicam que um processo eleitoral extraordinário demore meses como refere Albuquerque então também são ilegais. Se os estatutos do PS o permitem, se os do PSD nacional já o permitiram no passado e os dos outros partidos permitem, serão os do PSD-Madeira os únicos a não permitir? Não há aqui meio termo, ou os estatutos do PSD-Madeira permitem eleições ou são ilegais e por isso permitem eleições.
Terceiro argumento: “porque seria suicidário”. Confesso que este último respalda já no domínio humorístico. Temos um governo com cinco arguidos, incluindo o presidente do governo e três secretários regionais por processos judiciais absolutamente diferentes. Albuquerque diz que “há uma tentativa de descredibilizar a classe política” e por isso não podemos confiar na justiça (... como diria um conhecido treinador de futebol, um ainda se compreende, dois tudo bem, três acontece, agora cinco?).
Albuquerque justifica, por último, que houve eleições internas em Março e que nada se alterou desde aí. Que importa mais um ou dois arguidos que comprometam a confiança nos nossos representantes políticos? Que importa que nas eleições de Março não se tenha permitido o pagamento de quotas dos militantes e o processo eleitoral não tenha sido transparente, democrático e justo? Que importa que agora todos os partidos com representação parlamentar já tenham manifestado explicitamente que não viabilizarão um governo de Albuquerque? Que importa o futuro do PSD-Madeira que de eleição em eleição perde eleitores? Que importa a ética, o sentido de missão e o sentido de Estado? Que importa a Madeira? Que importam os madeirenses?
No fim, todas estas questões não merecerão resposta de Miguel Albuquerque. A responsabilidade não é de um único homem desprovido de noção e em estado de alucinação.
A verdadeira responsabilidade é daqueles que, tendo perfeito conhecimento do que se está a suceder, permitem que continue na esperança de que um dia a PJ o leve e o caminho para o poder fique desimpedido num golpe de bastidores, mesmo que nas costas finjam que estão contra. Mesmo que caminhemos para o abismo. Mesmo que saibam, conscientemente, que estão do lado errado da história.
Jaime Filipe Ramos, Rubina Leal, Bruno Melim, Brício Araújo e Jorge Carvalho.
Os madeirenses não esquecerão o vosso legado.
Enviado por Denúncia Anónima
Sexta feira, 20 de Dezembro de 2024
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