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Não há Planeta B |
Por conta das ameaças das Alterações Climáticas pedem-nos para mudar, por cá fazemos ainda pior. Temos um encontro marcado ...
O final do ano na Madeira, que deveria ser uma celebração de beleza natural e progresso, transforma-se numa demonstração de descaso ambiental e atraso civilizacional. A permissão para que 12 navios de cruzeiro atraquem nas águas madeirenses, poluindo indiscriminadamente o nosso mar, é um ultraje inaceitável. O Governo Regional da Madeira e, em particular, o Secretário do Turismo, devem ser responsabilizados por perpetuarem um modelo de turismo ultrapassado, insustentável e desrespeitoso para com o património natural da ilha.
A cada navio que aqui aporta, despejam-se no ar toneladas de dióxido de enxofre e óxidos de azoto, para não mencionar o impacto nas águas que nos rodeiam. Seria imperativo, neste momento de evidente agressão ambiental, que a ARDITI, entidade que tanto preza pela monitorização da qualidade marinha, fosse acionada para medir os níveis de poluição no mar da Madeira. Não para constatar o óbvio, mas para documentar e denunciar o que está a acontecer: a degradação deliberada do nosso ambiente em prol de lucros a curto prazo.
Para além da poluição marítima, assistimos ainda à perpetuação de outro tipo de destruição ambiental: a poluição sonora e atmosférica causada por intermináveis espetáculos de fogo de artifício. Enquanto tantas cidades mundo fora abandonam os fogos poluentes e ruidosos, optando por espetáculos de luzes inovadores, amigos do ambiente e que respeitam a fauna e a tranquilidade das populações, a Madeira continua a fazer o oposto.
O Governo Regional parece preso a uma visão retrógrada, confundindo progresso com barulho e multidões sem critério. É inadmissível que, em pleno século XXI, a Madeira se orgulhe de iniciativas que atentam contra a sustentabilidade e afastam-se do que deveria ser uma prioridade absoluta: proteger o meio ambiente e projetar uma imagem de modernidade e compromisso ecológico.
A Madeira merece melhor. Merece um governo que valorize o seu património natural e que alinhe as festividades com práticas sustentáveis e inovadoras. O fim de ano deveria ser um momento para celebrar a nossa ilha e a sua singularidade, e não para destruir aquilo que a torna única.
Enviado por Denúncia Anónima
Domingo, 22 de Dezembro de 2024
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