Altas problemáticas: descer à realidade.


R elativamente às altas problemáticas que entopem o hospital não podemos apontar o dedo apenas à família ou ao governo. Os dois são culpados, se não vejamos: a região tem lares suficientes? Não. E alguns escaldam e muito. Só mesmo para ricos, portanto cabe ao governo apostar na construção de lares ou transformar edifícios abandonados, como algumas escolas, em lares. Porém não vemos este governo ter isso como prioridade. Por exemplo, se pegasse no dinheiro gasto em mais um campo de golfe e construísse um lar, era bem melhor. A empresa AFA continuava a lucrar, porque ganharia o concurso, e se fosse construído na Ponta do Pargo, por exemplo, o comércio local lucrava com as visitas dos familiares. 

Porém é  também verdade que alguns familiares "jogam" país, sogros, tios no hospital e nunca os vão buscar, mesmo tendo tempo e condições para cuidar deles em casa. Uma coisa são os familiares próximos trabalharem e não poderem cuidar ( ninguém  se vai despedir para ser cuidador), outra coisa é haver gente a dar a perna e ainda a gastarem o dinheiro das pensões. Cabe à segurança social verificar esses casos, até porque há remuneração para os cuidadores informais. 

Um idoso que receba 300eur de pensão, com dois filhos que ganhem salário mínimo, mesmo que cada filho consiga contribuir com 200 eur para pagar a alguém, quem quer cuidar de um idoso por 700eur? Ninguém. E ainda por cima há que encontrar alguém para o dia e outra pessoa para a noite. 

É bom que as pessoas comecem a acordar para a realidade desta ilha, que não é tão cor de rosa como nos querem passar a ideia. Esta é uma ilha para ricos. Quem tem dinheiro ainda se safa, quem é remediado está bem lixado: ou paga casa, ou come, ou vai ao médico particular ou vai aumentando o grau da doença porque vai adiando a consulta. 

Alguns dirão que no continente a saúde é pior. Mas há comparação? Os hospitais do continente têm de servir milhões de pessoas, cá isso não acontece. As grávidas cá não levam horas para chegar ao hospital, porque com as acessibilidades e vivendo numa ilha pequena, é fácil chegar ao Funchal. Óbvio que no continente não é possível ter hospitais "em cada esquina", digamos assim.

Acordem, caiam na real. Isto não é um paraíso. 

Enviado por Denúncia Anónima
Sábado, 4 de Janeiro de 2025
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